Carlos Marun criticou a atitude do presidente Jair Bolsonaro, que entrou com um pedido para o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Na visão do ex-ministro da era Michel Temer, a conduta do governante é qualificada como crime de responsabilidade.
No entanto, Marun, ainda no ano de 2018 defendeu a ideia de entrar com um pedido de impeachment contra Luís Roberto Barroso, também ministro do STF, mas foi convencido por Temer a não fazê-lo.
Para a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, o ex-ministro e político sul-mato-grossense relatou que um trecho da Lei 1.079, que diz que atos do presidente da República que atentem contra o livre exercício do Poder Judiciário se enquadram em crimes.
"O presidente não precisa ser professor de direito, mas precisa estar cercado de gente que entenda da Constituição e ouvir essas pessoas. Há pessoas no entorno do presidente que conhecem o tema, mas não estão conseguindo convencê-lo. O presidente é refém da base radical, e essa base não entende nada de direito constitucional", disse o ex-ministro à coluna.
Marun esteve envolvido no episódio em que quase entrou com um pedido de impeachment contra Barroso, mas que por pedido de Temer, voltou atrás e recuou com a ideia.
Nas palavras do ex-ministro, o ex-presidente havia dito que um integrante do Poder Executivo não pode pressionar integrantes dos outros poderes.