De acordo com a Folha de S. Paulo, um dos principais jornais do País, o candidato à prefeitura de Campo Grande, Marquinhos Trad, do PSD, recebeu dinheiro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, durante o período em que foi vereador na Câmara Municipal, em 2004.
Segundo a publicação paulista, o líder nas pesquisas não teria se desligado da ALMS. A Folha revela que obteve documentos que contrariam a versão do atual deputado de que 'nunca teve duas remunerações'. Contracheques e um documento fiscal mostraram que, durante o ano de 2005, Marquinhos foi remunerado simultaneamente pela ALMS e pela Câmara Municipal.
A Folha afirma que o deputado apresentou acúmulo de salários nas duas Casas Legislativas. Em 2005, teria recebido da ALMS R$ 19.272,64, como funcionário da Assembleia, e mais R$ 156.750,00 de salário anual de vereador.
A publicação paulista informa que obteve também os recibos de pagamentos mensais a Marquinhos Trad da Câmara e da Assembleia, de janeiro de 2005 a setembro de 2006. Em janeiro de 2005, quando assumiu como vereador, Trad recebeu salário de R$ 9.500.
No mesmo mês, recebeu da Assembleia pagamento de R$ 1.536,80. No último mês daquele ano, o então vereador somou os R$ 9.500 da Câmara com R$ 1.719,51 da Assembleia. Em setembro de 2006, foram R$ 2.068,70 da Assembleia e R$ 9.500 da Câmara. No mês seguinte, Trad afastou-se do cargo de assessor parlamentar para concorrer a uma vaga de deputado estadual. Foi eleito para o primeiro dos três mandatos.
Trad chegou a ser alvo de uma investigação do Ministério Público do Estado quando foi vereador por suspeita de que estivesse recebendo dois salários de entes públicos, porém a investigação foi arquivada.
Ele lidera a disputa no segundo turno em Campo Grande com 50% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Ibope divulgada há duas semanas. Rose Modesto (PSDB) tem 29%. No primeiro turno, ele teve 34,6% dos votos válidos.
Outro lado
O candidato a prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), nega, para a publicação, ter sido funcionário fantasma, diz que nunca recebeu sem trabalhar e aponta decisão do Ministério Público Estadual como um "atestado" de sua correção. Ele afirma, que, em 2007, denúncia sobre o caso chegou ao órgão, que optou por arquivar a ação.
"Não ficou evidenciado nos autos incompatibilidade de horário de trabalho do investigado com o exercício do mandato de vereador", diz trecho da peça reproduzido pelo candidato. Trad diz que o MP descartou nova denúncia, em 2009.
"Nunca recebi sem trabalhar e os atestados do Ministério Público provam minha inocência. Minha conduta está amparada na Constituição", finalizou.