O deputado estadual Márcio Fernandes (MDB) apresentou projeto de lei que proíbe a utilização de linguagem neutra em escolas públicas e privadas de Mato Grosso do Sul.
Conforme o PL 212/2021, a proibição também valerá para bancas examinadoras de seleções e concursos públicos.
Em sua justificativa, Fernandes explica que a chamada ‘’linguagem neutra’ é uma ideia defendida por grupos que afirmam que a Língua Portuguesa é preconceituosa e machista. Por isso, na visão dele, os militantes propõem uma mudança radical na norma culta do português.
Ainda segundo o deputado, palavras como "todos" ou "todas" são substituídas por "todes" ou "todx". Pronomes como "dele" ou "dela" são substituídos por "dili" ou "delx".
‘’Ou seja, a prática visa usar palavras neutras, nem masculinas nem femininas. Na língua de uma nação nada se acresce pelo uso da força ou do enviesamento político ideológico’’, avalia Márcio.
Para o deputado, a língua e suas regras gramaticais amadureceram ao longo de séculos e continuam a evoluir ‘’mas de modo lento e exaustivamente refletido’’.
‘’Qualquer arroubo de opinião nesta seara não merece qualquer acolhida mais séria, sob pena de se corromper o liame comunicacional mais elementar de um povo: sua língua, o que faria jogar por terra todos os seus valores, identidade e história comum’’, reflete novamente o emedebista.
Críticas
Fernandes faz duras críticas a quem defende a linguagem neutra e diz que ‘’ é um absurdo ter que aceitar esse tipo de desconstrução em nome do pensamento de que tudo que herdamos do passado deve ser eliminado ou substituído... ‘’.
Além disso, o deputado diz que defensores desse tipo de linguagem não têm a menor sensibilidade, já que ela excluiu milhões de brasileiros que enfrentam barreiras para aprender o português atual.
‘’Não é inclusivo, é ideológico’’, aponta Márcio.
O projeto de lei foi cadastrado no sistema da Assembleia Legislativa no dia 8 de julho e a mais recente movimentação foi no dia 9 de julho, com status de ‘’tramitando de forma ordinária’’.