Depois de ter pedidos de soltura negado no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da Terceira Região), no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e de desistir de um recurso no STF (Supremo Tribunal Federal), advogados que defendem o ex-governador André Puccinelli (MDB) e os advogados André Júnior (filho de Puccinelli) e João Paulo Calves, aguardam decisão acerca de outra apelação no TRF-3. Os trio foi preso no dia 20 de julho passado, 34 dias atrás, por suspeita da lavagem de dinheiro.
André Borges, advogado de João Paulo Calves, informou que a “defesa aguarda o julgamento do habeas corpus que está no TRF3, com o desembargador Paulo Fontes, com expectativa boa de que ele será julgado nos próximos dias”.
Paulo Fontes, por duas ocasiões, no ano passado, concordou com a defesa de Puccinelli. Ele mandou tirar a tornozeleira do ex-governador, em maio do ano passado e, seis meses depois, em novembro, determinou sua liberdade. Puccinelli ficou preso apenas um dia por determinação da Justiça Federal, em Campo Grande.
O TopMídiaNews tenta, há dois dias, conversar com Renê Siufi, um dos advogados de Puccinelli e do filho André Júnior, mas ele não atende o celular.
Perdas políticas e acusações policiais
A prisão de Puccinelli, em 20 de julho, por determinação do STF, azarou a carreira política do emedebista com maior número de mandatos: ex-deputado estadual, federal e governador por duas vezes .
Ele era o comandante do MDB regional e candidato certo ao governo de Mato Grosso do Sul. Encarcerado, ele desistiu da ideia e agora seu desejo é se livrar da cadeia.
Ex-secretário estadual de Saúde, deputado estadual, federal e governador por duas vezes (2007-2014), Puccinelli, segundo a Polícia Federal e Ministério Público Federal está no centro do maior esquema de corrupção já investigado em MS.
No período que governou o Estado, ele teria chefiado uma pilha de crimes, como superfaturamento de obras, fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção de servidores.
Puccinelli está preso porque a PF, Controladoria Geral da União e Receita Federal apresentaram à Justiça Federal o que chamam de novas provas contra ele, como movimentações bancárias da empresa Instituto Ícone do Direito.
O instituto, que no papel seria do advogado João Paulo Calves, teria recebido dinheiro da JBS, empresa frigorífica que recebia benefício fiscal nas gestões de Puccinelli. A empresa não pagava parte dos tributos estaduais e, em troca, pagava propina ao ex-governador.
Para a PF, o instituto é, de fato, do filho de Puccinelli.