Um dos alvos da operação Ross, da Polícia Federal, no âmbito da Lava Jato, em Campo Grande, atingiu Sérgio Magno Gomes Louzada, ex-tesoureiro do PTB em Mato Grosso do Sul, partido que teria sido cooptado por meio de dinheiro para apoiar a candidatura de Aécio Neves (PSDB), à presidência da República, em 2014.
Nessa fase da Lava Jato, o senador Aécio, que conquistou em outubro passado mandato de deputado federal por Minas Gerais a partir de janeiro de 2019, é a mira principal dos investigadores.
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em nove estados do país, incluindo MS.
Além do PTB, os investigadores centram as atenções em dirigentes do PSDB e do DEM.
O nome de Louzada, cujo pai Ivan, chefiou por anos o PTB de MS, surgiu nas investigações da Lava Jato em maio de 2017 depois que Ricardo Saud, então diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F, que comanda a empresa JBS, com unidades frigoríficas aqui no Estado, fechou delação premiada com o MPF (Ministério Público Federal).
À época, Saud exibiu planilhas aos investigadores e, numa delas, indicava que ao menos R$ 100 mil foram destinados a uma conta pessoal de Sérgio Louzada.
O dinheiro seria uma troca proposta por Aécio que autorizava o grupo J&F a entregar dinheiro às siglas interessadas na disputa com a ex-presidente Dilma.
O senador mineiro recebeu, segundo o delator, em torno de R$ 100 milhões da J&F. A quantia arrecadada, para os investigadores, era propina.
Desde que citado na delação, um ano e sete meses, Sérgio Louzada não se manifestou publicamente.
À época, em maio de 2017, o PTB tinha um comando provisório e afirmou que o partido só recebia dinheiro de integrantes da legenda ou, então, por meio do conhecido fundo partidário. Ou seja, Louzada teria recebido o chamado “por fora” para apoiar Aécio, vencido em 2014 por Dilma.