A Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, por meio de comunicado publicado nesta quinta-feira (25), informou ter diligenciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de dois inquéritos para investigar o deputado federal sul-mato-grossense Vander Loubet, do PT, o que mais conquistou mandatos federais nas duas últimas décadas: cinco. Corrupção passiva teria sido o crime praticado pelo deputado, que já é réu na corte máxima do país, também por corrupção.
Em nota emitida pela assessoria de imprensa, o parlamentar informou que: “sobre o requerimento da PGR ao STF, o deputado Vander Loubet e seus advogados esclarecem desconhecer as acusações, bem como o teor da peça elaborada, de maneira que não há como comentar a respeito”.
No comunicado da procuradora, é dito que em um dos casos [inquéritos], o deputado Vander Loubet “teria solicitado o pagamento de vantagem indevida para atuar no processo de contratação, pela Petrobras, de empresa norte-americana para fornecimento de asfalto".
Noutro inquérito requerido ao STF, avança a procuradora: “o parlamentar é acusado de ter solicitado vantagem indevida para interferir na participação de concorrência internacional de empresa para a construção e posterior afretamento de embarcações tipo PLSV (Pipe Layer Supply Vessel), para a Petrobras". Nesse caso, Dodge pede a instauração de investigação contra Loubet e outras dez pessoas.
Já na nota da assessoria de Loubet, o deputado ressalta ainda que está à disposição da Justiça para elucidar quaisquer fatos que sejam necessários e que sua atuação político-parlamentar "é pautada pela honestidade, seriedade e responsabilidade, especialmente com a população de Mato Grosso do Sul – que lhe confia pela quinta vez consecutiva o mandato de deputado federal”.
Na primeira denúncia acatada pelo STF, no âmbito da operação Lava Jato, em março de 2017, conforme denúncia da procuradoria, Vander Loubet teria recebido entre 2012 e 2014, ao menos R$ 1 milhão, importância que teria sido paga a ele em 11 parcelas pelo doleiro Alberto Youssef, que agiu como delator na investigação. A suposta propina teria sido desviada da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
Os pedidos dos dois inquéritos, segundo a procuradora, têm como base depoimentos de colaboradores, e buscam apurar crime de corrupção passiva supostamente cometidos pelo parlamentar.