Despacho do STF (Supremo Tribunal Federal) publicado na tarde desta quarta-feira (1º) pode atrelar o futuro do ex-governador André Puccinelli (MDB) ao do ex-secretário de Obras, Edson Giroto. Ocorre que o processo deveria ser vinculado ao ministro Alexandre de Moraes, que analisa o caso de Giroto, mas foi distribuído para Dias Toffoli.
Com o impasse, a presidente da Corte, ministra Carmen Lúcia, deve avaliar quem ficará responsável pelo pedido de liberdade de Puccinelli: Moraes ou Toffoli.
O remédio constitucional também se aplica ao filho do ex-governador, André Junior, e ao advogado João Paulo Calves.
A defesa dos investigados já havia apelado ao TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região - SP) e ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça), que negaram o habeas corpus.
O trio foi preso pela Polícia Federal em 20 de julho, denunciados por corrupção. Sem esperanças, Puccinelli desistiu de concorrer ao governo do Estado já no último domingo (29), e indicou a senadora Simone Tebet (MDB) em seu lugar.
Prisão
André Puccinelli, o filho e o advogado foram presos pela criação do Instituto Ícone de Estudos Jurídicos que, para o MPF (Ministério Público Federal), funcionaria para gerenciar dinheiro de propina.
JBS, a principal empresa investigada na Lava Jato, pagava a Puccinelli altas somas em dinheiro, que ia para a conta da Ícone, depois eram repassadas a integrantes do esquema do ex-governador.
Em troca, a JBS era beneficiada com incentivos fiscais. A empresa seria de André Júnior, mas, no papel, quem seria o dono é o advogado João Paulo Calves, o “testa de ferro” da trama, para o MPF.