O economista Paulo Guedes, coordenador da programa econômico do candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL), está sob investigação do Ministério Público Federal em Brasília.
Guedes é suspeito de associar-se a executivos ligados ao PT e MDB para praticar fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais, segundo. Um procedimento investigativo criminal, instaurado no dia 2, apura se o economista cometeu os crimes de gestão fraudulenta ou temerária.
Para o MPF, há “relevantes indícios de que, entre fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores/gestores dos fundos de pensão e da sociedade por ações BNDESPar” se consorciaram “com o empresário Paulo Roberto Nunes Guedes, controlador do Grupo HSM”, com a intenção de cometer “crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras e emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias”.
O BNDESPar, braço de investimentos do BNDES, é citado pelos investigadores ao lado dos fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios). Guedes captou ao menos R$ 1 bilhão dessas entidades em seis anos, acrescentou.
Jair Bolsonaro tem como guru o economista investigado pelo MPF (Foto: André de Abreu)
Um deles, o Fundo de Investimento em Participações (FIP) BR Educacional de propriedade de Paulo Guedes, obteve R$ 400 milhões entre 2009 e 2013 para projetos educacionais. A suspeita é que o negócio tenha sido aprovado sem análise adequada e gerado ganhos excessivos ao economista.
O MPF fixou prazo de dez dias para que os fundos de pensão apresentem cópias dos documentos que embasaram o investimento do FIP BR Educacional.
A investigação, que a Folha de São Paulo diz ter tido acesso, foi instaurada pela força-tarefa da Operação Greenfield e mira esquemas de pagamento de propina em fundos de pensão, acrescentando que as transações suspeitas foram feitas a partir de 2009 com executivos indicados pelo PT e MDB, atualmente investigados por desvio de recursos das instituições.
Bolsonaro vai enfrentar o candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno da eleição presidencial, no dia 28 de outubro, após ter sido o mais votado no primeiro turno com 46% dos votos, enquanto Haddad ficou em segundo lugar com 29%.