O prefeito Marquinhos Trad (PSD) informou, nesta quarta-feira (20), durante o lançamento do pacote de obras do Programa ‘Juntos por Campo Grande’, que a empresa vencedora da licitação para revitalização do Ginásio Guanandizão não conseguirá sequer iniciar as obras.
A empresa teria solicitado um aditivo para poder mexer no local, sendo que, no edital, a empresa Ajota Engenharia e Construção Ltda assinou que faria o serviço no valor de R$ 1,8 milhão, em um período de até oito meses.
Indignado, Marquinhos contou sobre o problema. “Não vou dar aditivo”, frisou o prefeito. “Jogam o preço lá embaixo e atrasam o andamento da obra em um ano”, enfatizou.
Segundo ele, agora o município terá que chamar a segunda colocada no certame, que pode ou não aceitar o projeto. “Chamamos a segunda colocada e eles estão no prazo para responder”.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que também conta com investimento no local, afirmou que o dinheiro ficará na conta até que o problema seja resolvido. “Eles mergulham no preço, depois vão ver a planilha e acabam vendo que não vão dar conta. E nós já falamos que não vai ter reajuste”.
Reinaldo ainda reiterou que é preciso mudar a lei das licitações. “Há um projeto que está em trâmite na Câmara Federal. É preciso fazer mudanças. Hoje, um cidadão que não cumpre com as suas obrigações, o Estado deixa ele inidôneo. O que ele faz? Vai lá abre outra empresa com outra pessoa, disputa licitação e a gente não pode fazer nada”.
Caso a segunda empresa não concorde com o valor da licitação ofertada, uma nova concorrência poderá ser feita pelo município.
Cronograma de obras
Segundo o site oficial da prefeitura de Campo Grande, a Ajota Engenharia e Construção Ltda seria a responsável pela reforma e revitalização do Ginásio Poliesportivo Avelino dos Reis, o Guanandizão, interditado há cinco anos e que deveria ser reaberto dentro das comemorações do aniversário de Campo Grande, em 2019. O resultado da licitação foi divulgado na edição de 13 de dezembro de 2018, no Diário Oficial do Município (Diogrande).
Na ocasião, a disputa na concorrência reduziu em 18,75% o preço de referência do projeto, gerando uma economia de R$ 434.538,29. De R$ 2.3156.740,11, o custo da obra caiu para R$ 1.881.538,29. A empresa faria reparos e vedação de buracos na cobertura, instalação de tela de proteção em torno do ginásio (para evitar a proliferação de pombas), revitalização do piso interno, substituição do vinil da quadra, reforma e execução de calçada externa com acessibilidade, regularização e pintura das quadras de esporte externas, entre outras benfeitorias. A obra, chegou a ser iniciada pela prefeitura no primeiro trimestre de 2019 e a previsão de conclusão seria de oito meses a partir da ordem de serviço.
O ginásio
O Guanandizão, com capacidade para receber 8.240 pessoas, foi construído há 34 anos pelo Estado, já sediou shows como o de Roberto Carlos (em 2013) e eventos esportivos como a etapa da Liga Mundial de Vôlei entre Brasil e Portugal (2004). Desde 2012 é administrado pela Prefeitura de Campo Grande, mas no ano seguinte (2013) foi fechado pelo Corpo de Bombeiros por falta de projeto de controle e prevenção de incêndio.