O Ministério da Defesa informou nesta quinta-feira (13) que enviará na próxima semana cerca de dez toneladas de donativos para ajudar as vítimas do furacão Matthew no Haiti. Segundo a pasta, os donativos foram arrecados pela Rede de Solidariedade ao Haiti. O ministério informou ainda que destacou 64 militares para levar os donativos ao país caribenho.
O furacão Matthew deixou pelo menos 473 mortos durante sua passagem pelo Haiti na semana passada, segundo um balanço provisório oficial, divulgado pela Defesa Civil haitiana.
O furacão é o mais forte a atingir o Caribe desde 2007, e foi justamente no Haiti que o Matthew causou mais destruição. O país mais pobre das Américas foi devastado por um terremoto em 2010 e até hoje ainda não se recuperou completamente.
De acordo com a Defesa, serão enviados ao Haiti alimentos, material de limpeza, de higiene pessoal, material escolar, roupas e outros itens de primeira necessidade.
"A iniciativa de arrecadação começou em abril para ser entregue no fim do ano, entretanto, em virtude da ocorrência do furacão, o Ministério da Defesa está envidando todos os esforços para antecipar o envio dos donativos utilizando-se de aeronaves da Força Aérea em voos de apoio logístico programados", informou o ministério.
Nesta quarta, o governo brasileiro havia anunciado o envio de 75 barracas, com área útil de 25 metros quadrados cada, para abrigar as vítimas do furacão. O envio das barracas deve ser feito nesta sexta (14).
Desastre
De acordo com autoridades haitianas, mais de de 1,4 milhão de pessoas necessitam de uma ajuda rápida no país.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, fez um apelo para que a comunidade internacional mostre solidariedade e trabalhe junta em uma resposta efetiva a esta emergência.
O mais forte furacão a atingir o Caribe desde 2007 destruiu reservas de comida, plantações e colheitas, segundo a France Presse. Alguns povoados e cidades foram dizimados.
Medo do cólera
Como é comum após os desastres naturais, a Organização Mundial de Saúde (OMS) teme o aumento no número de casos de cólera. Depois do terremoto de 2010, o país enfrentou a pior epidemia da doença na história mundial: foram registrados mais de 500 casos de contágio semanais e 10 mil pessoas morreram em decorrência de cólera.
No entanto, até o momento o representante da Organização Mundial de Sáude (OMS) no Haiti, Jean-Luc Poncelet, afirmou que há registros de dezenas de casos, mas que o número de ainda é considerado “baixo”.
Enquanto um grupo ainda tenta realizar uma avaliação precisa da situação de saúde dos haitianos, espera-se a chegada de mais provisões que sejam rapidamente distribuídas. "As pessoas estão muito ansiosas. Não tem vindo nenhum tipo de ajuda sistemática nos últimos dias", acrescentou Poncelet.