Denúncia enviada ao TopMídiaNews dá conta que famílias inteiras atuam em gabinetes de políticos e mesmo quem já se aposentou pela própria ALMS ganha novo cargo, criando a figura do funcionário ''turbinado'' ou ''reencarnado''.
Quem denuncia não quer se identificar, mas atuou há pelo menos 12 anos no Poder Legislativo. Segundo a reclamante, Antônia Gisalda Moralles Balta e Igor Moralles Balta são mãe e filho e ''trabalham'' no gabinete do deputado Onevan de Matos, que está no nono mandato.
Ainda conforme a denúncia, Gisalda e Igor não moram em Campo Grande, onde fica a Assembleia, e sim em Naviraí, reduto político de Onevan. Ele ocupa o cargo de assessor de gabinete parlamentar XIII PLAP 0713, com remuneração de R$ 1.275,61.
Gisalda, a matriarca, tem um dos maiores salários entre assessores na Casa de Leis, com R$ 3.097,45 - e há ainda a possibilidade desse valor ser acrescido.
Eugênio Guedes tem filho no gabinete de Onevan. (Foto: Reprodução Facebook)
Onevan faz de seu gabinete um ambiente familiar, já que há também pai e filho, neste caso representados por Eugênio Almeida Guedes e João Henrique Rorato Guedes. O patriarca tem cargo de assessor parlamentar XX PLAP 07.20 com 'míseros' R$ 4.097,17. Só que mora em Naviraí. O filho é assessor jurídico da casa, indicado por Onevan e trabalha em Campo Grande.
Gisalda, Onevan e Eugênio em gabinete na Assembleia. (Foto:Reprodução Facebook)
'Eternidade'
O que chama a atenção no caso de Antônia Gisalda é o fato dela já ter se aposentado pela própria Casa de Leis, mas depois ganhou novo cargo, a chamada ''assessora biônica'' ou ''assessora reencarnada''.
A generosidade do parlamentar em relação a seus assessores se estende a Nirlei Aparecida Anselmi, que também se aposentou na ALMS, mas hoje comanda o gabinete de Onevan com novo cargo, cujo salário é de R$ R$ 4.097,17. Ao contrário de Gisalda, ela trabalha em Campo Grande.
Consultamos a Assembleia para checar se os cargos ocupados por mãe e filho e pai e filho têm alguma relação de hierarquia, o que tornaria crime de nepotismo. No entanto, a assessoria não respondeu as questões, mesmo duas semanas depois. Entramos em contato com Onevan de Matos, deixamos recado, mas não houve retorno.