O presidente eleito do Brasil Jair Bolsonaro (PSL) já citou algumas das ideias que defende para mudanças em Mato Grosso do Sul. Entre elas, o combate ao tráfico de drogas pelo alto controle das fronteiras com o Paraguai e Bolívia, e o fim de demarcações de terras para indígenas, em benefício a produtores rurais.
A partir de 1º de janeiro de 2019, Bolsonaro já afirmou que planeja reproduzir o trabalho do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) ao longo de todas as fronteiras do país. Em vídeo divulgado na internet, Bolsonaro afirma ter um plano de segurança para o País ‘baseado no DOF, da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, sediado na cidade de Dourados. [...] Eles fazem um excelente trabalho na fronteira’.
Reinaldo Azambuja, reeleito governador de Mato Grosso do Sul pelo PSDB, já pediu para Bolsonaro a ajuda para atuarem juntos no combater o crime organizado, tráfico de drogas e armas, além do contrabando e roubo de cargas e veículos. "Não queremos construir um muro, mas ter as forças nacionais de segurança aqui na fronteira, ajudando nesse trabalho conjunto para combater o tráfico", explicou.
Terras
“A nossa liberdade é uma arma na cintura. [...] Invadiu tua propriedade, fogo nele!”, chegou a afirmar Bolsonaro sobre a questão fundiária. Em Dourados, no mês de fevereiro, ele mandou um recado à Ongs (Organizações não governamentais) e à Funai (Fundação Nacional do Índio): “vai acabar a mamata”.
Chegou a afirmar que o presidente da República 'não pode tudo, mas pode muito'. Ele usou esse exemplo para dizer que demarcação de terras para indígenas é atribuição do Poder Executivo e que isso vai acabar em um possível governo dele.
''Quem demarca terras indígenas é a União, é por meio de portaria do Ministério da Justiça. Sendo assim, quem vai escolher o ministro da Justiça sou eu e ele vai obedecer as minhas ordens'', prometeu o então deputado federal. Ainda, criticou prisão de produtores rurais acusados de ataques contra população indígena.
Bancada ruralista
A economia rural costuma ser defendida com veemência por Bolsonaro, que na reta final de campanha se aproximou da deputada federal reeleita e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Tereza Cristina (DEM).
Desde então, especula-se que Cristina tenha ganhado força em pautas de interesse de produtores rurais e força para ser indicada ao Ministério da Agricultura – que pode, ainda, ser unificado com o Ministério do Meio Ambiente.
De volta ao legislativo, o fortalecimento da bancada liderada por Cristina é favorável a questões até então travadas em polêmicas. Entre elas, discussões de embate polêmico referentes à demarcação de terras indígenas e liberação de agrotóxicos – pauta que lhe rendeu o apelido de ‘Musa do Veneno’ pela oposição.