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10/08/2021 14:42

Farra do ‘tratoraço’ pode alimentar defensores do voto impresso em MS

Parlamentares favoráveis ao presidente são beneficiados com verbas, muitas vezes com superfaturamento

Rose Modesto, do PSDB, Luis Ovando e Loester Trutis, ambos do PSL, devem receber uma ‘forcinha’ extra para votarem favoráveis ao chamado ‘voto auditável’ nesta terça-feira (10) na Câmara dos Deputados. Eles já declararam serem defensores da medida, atual bandeira do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e devem ser contemplados com dinheiro extra neste ano e no próximo, justamente ano eleitoral.

A eles deve se juntar Bia Cavassa, também do PSDB. A parlamentar não declarou publicamente o voto, mas deve ser favorável ao tema por ser suplente e ter a vaga ligada ao destino da ministra Tereza Cristina.

Todos estes quatro parlamentares de Mato Grosso do Sul devem receber as chamadas ‘emendas do relator’, já apelidadas de ‘farra do tratoraço’. Trata-se de verba enviada, às escuras, aos redutos eleitorais dos parlamentares e – conforme investigação da Controladoria-Geral da União – usadas em compras de itens superfaturados, principalmente maquinários como tratores; daí o codinome da falcatrua.

Além das emendas parlamentares na ordem de R$ 16 bilhões para deputados estaduais, o governo Bolsonaro distribui, via as chamadas ‘emendas do relator’, mais cerca de 10 bilhões de reais. Os valores são usados para ‘agradar’ deputados e senadores parceiros do governo, principalmente em épocas de votações de interesse do governo.

Neste retorno de trabalho legislativo, nenhuma pauta é de maior prioridade para Jair Bolsonaro como o chamado voto auditável. Mesmo com a própria Polícia Federal declarando não ter achado nenhuma fraude nas urnas eletrônicas desde 1996, quando o sistema foi implementado.

Dos votos de MS, dois são tradicionais bolsonaristas: Loester e Ovando. Já Rose e Bia devem desrespeitar ordem do próprio partido para apoiar o governo de Jair Bolsonaro nessa empreita. 

“O voto auditável será mais um mecanismo de segurança para nosso processo eleitoral, auxiliando na lisura das urnas eletrônicas”, afirmou Rose.

A discussão é vista pela oposição como uma forma de Bolsonaro ‘melar’ as eleições do próximo ano, já que – segundo as pesquisas – deve ser derrotado. Opinião reforçada pelo desfile de carros militares na manhã de hoje em Brasília, algo não visto desde o fim da ditadura militar.
 

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