O deputado federal de Mato Grosso do Sul, Fábio Trad, do PSD, manifestou nesta quarta-feira (28), sua repulsa contra os procuradores da República que conduzem a Lava Jato, operação que pôs centenas de pessoas na cadeia, uma delas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Reportagem publicada pelo Intercept Brasil e UOL revelou conversas por meio do Instagram que os procuradores da operação zombaram das mortes da ex-mulher de Lula Marisa Letícia, do irmão do ex-presidente, Vavá e ainda do garoto Arthur, neto do petista, que está preso desde abril do ano passado.
Fábio Trad, também advogado, escreveu em seu Twitter, mensagem endereçada diretamente a procuradora da República, Jerusa Viecili, um das investigadoras da Lava Jato que debochou das mortes dos parentes do ex-presidente:
“O gesto da Procuradora da República Jerusa Viecili transcende a questão ética e moral. Na verdade, repercute na esfera jurídica à medida em que reconhece a autenticidade da mensagem vazada. Vai daí que ...”.
A procuradora Jerusa, logo após a publicação, desculpou-se por meio das redes sociais.
"Errei. E minha consciência me leva a fazer o correto: pedir desculpas à pessoa diretamente afetada, o ex-presidente Lula", afirmou a procuradora, ainda mantida nas investigações.
Na reportagem, os procuradores, em tom irônico, trocam mensagens dizendo que eles consideram uma “novela” a morte de Arthur, o neto, alegam ainda que o episódio seria uma estratégia para Lula “se humanizar”.
Também nos diálogos travados por Instagram, procuradores disseram que a morte da ex-primeira-dama Marisa, teria ocorrido como meio de “eliminar testemunhas” e ainda enxergaram a tentativa de Lula ir ao enterro do irmão Vavá como vontade de “passear”. E ainda completaram: “o safado só queria passear”. Quando a ex-mulher de Lula morreu o ex-presidente ainda não estava preso. Já quando o irmão e o neto morreram, Lula já cumpria pena em Curitiba (PR).
Reportagem exibindo diálogo entre os investigadores da Lava Jato tem sido divulgado há pelo menos um mês.