O impasse que define o futuro projeto de recapeamento de algumas vias da capital continua, mas o prefeito Alcides Bernal (PP) segue defendendo que o financiamento liberado pela Caixa Econômica Federal de R$ 19 milhões ficará nas mãos do Exército.
O recapeamento deve incidir sobre a Marechal Deodoro (Gunter Hans), a Bandeirantes, Guia Lopes e Rio Brilhante, que totalizam 12 km de asfalto. Os coronéis José Roberto de Melo Queiroz e Marcelo Guedon, do Comando Militar do Oeste (CMO), entregaram o projeto ao executivo em dezembro. O estudo abrange a drenagem e recapeamento das vias, sem a sinalização semafórica, que deve ser implantada por empresa terceirizada.
Com a possibilidade de gastos adicionais entre materiais e mão de obra que não estariam disponíveis no CMO, Bernal negou e continuou defendendo a escolha do Exército para a execução do recapeamento. “O exército não tem critério de lucro”, afirmou. “Vou acompanhar de perto e constante, e minha equipe também”.
"O próximo passo é a Prefeitura entregar o documento para o comandante do Comando Militar do Oeste e começar os trabalhos nas quatro avenidas. Depois é esperar a liberação dos outros projetos", foi o que afirmou o secretário Milton Cândido de Oliveira, da Seintha (Secretaria de Infraestrutura Transporte e Habitação) em janeiro. O projeto, no entanto, ainda está na especulação.
O Sintracom (Sindicato dos trabalhadores nas indústrias da construção civil do mobiliário de Campo Grande) não concordou com a decisão, alegando prejuízos na dinâmica da economia de serviços. “Os recursos injetados na construção civil acabam aquecendo as vendas [comércio] e, consequentemente mantendo os empregos também nesse setor que enfrenta dificuldades”. Na Câmara, a escolha das forças militares também divide opiniões e é mais um motivo de conflito entre o executivo e legislativo, que já enfrentam impasses em outros assuntos.