Juristas pela Democracia, entidade integrada por defensores públicos, procuradores, juízes, advogados, bacharéis, professores e estudantes de Direito, divulgaram, na manhã desta segunda-feira (1º), nota de repúdio contra os ataques recebidos pelo professor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Tiago Botelho. O docente foi atacado por redes sociais depois de comandar uma manifestação contra a candidatura de Jair Bolsonaro, do PSL, à presidência do Brasil. Ele denunciou o caso à polícia.
Botelho lançou um desafio pelas redes sociais e atraiu depoimentos de professores universitários que gravaram depoimentos contra Bolsonaro.
Veja a nota:
"NOTA DE REPÚDIO AOS ATAQUES SOFRIDOS PELO PROFESSOR E ADVOGADO TIAGO BOTELHO E SUA FAMÍLIA
Nós, Juristas pela Democracia, coletivo formado por defensores públicos, procuradores, juízes, advogados, bacharéis, professores e estudantes de Direito para a defesa da democracia, manifestamos nosso mais veemente repúdio à violência e ameaças sofridas pelo professor universitário e advogado Tiago Resende Botelho e sua família, em face de seus posicionamentos políticos através da rede social Facebook no último final de semana por apoiadores do candidato Jair Bolsonaro.
A liberdade de expressão, prevista no artigo 5º, IV da Constituição Federal Brasileira é um direito constitucional conquistado por pessoas que defenderam e defendem a democracia neste país, muitas das quais deram sua própria vida para que tivéssemos o direito de votar.
O posicionamento político de todo e qualquer cidadão está protegido pelo direito fundamental acima descrito, que é um dos pilares do Estado Democrático de Direito, e deve ser respeitado.
Ao ameaçar, injuriar, difamar ou rechaçar alguém por sua opinião e convicções político-ideológicas, viola-se o Estado Democrático e adentra-se a um modo totalitário de vivência, onde o diferente, o que se apresenta contra a nossa opinião, é passível de violência e opressão.
Repudiamos publicamente as ameaças e ofensas sofridas por Tiago Resende Botelho e sua família, e estaremos adotando as medidas judiciais cabíveis não apenas por tratar-se de uma ofensa a um de nossos membros, mas porque a incitação ao ódio e à violência não se coadunam com um regime democrático, ainda mais quando praticadas por apoiadores de um projeto político que já declarou que não aceitará o resultado das urnas, ameaçando assim as conquistas democráticas do povo brasileiro. Fascistas, não passarão! Mato Grosso do Sul, 01 de Outubro de 2018."