''Vitimistas e sensacionalistas''. É assim que os empresários que detém grande parte dos alvarás de taxi definiram o trabalho dos auxiliares de táxi em Campo Grande. Os profissionais, conhecidos como 'curiangos' alegam ser explorados pelos 'patrões', principalmente pela jornada de trabalho extensa e pelos altos valores das diárias para usar o carro.
A fala de Eduardo Juliace, proprietário da NHJ Transportes, durante audiência pública na tarde desta quinta-feira (23), para discutir a regulamentação do serviço de Uber em Campo Grande, foi prontamente rechaçada por taxistas auxiliares que lotaram o plenário da Câmara, e aos gritos, chamaram os empresários de 'Máfia do Taxi'.
No momento em que ocupou a tribuna, Juliace disse que não há exploração, e o ganho dos auxiliares depende de mérito próprio. ''Esse negócio de exploração é pura fantasia, sensacionalismo e vitimização'', declarou.
Como solução para o problema, o empresário disse que, em um primeiro momento, o poder público deveria aumentar de 490 para, pelo menos, 510 alvarás. ''Mas antes é preciso um estudo cauteloso que ainda não aconteceu por problemas de cunho político'', relatou.
Eduardo ficou bastante irritado quando questionado se existiria a máfia do taxi na Capital, e de forma bastante enfática disse que o conceito de máfia não se aplica ao trabalho dos empresários na cidade.
''Se você olhar no dicionário, vai ver que máfia é criminosa, tem ameaças e perseguições e isso não acontece no nosso trabalho'', concluiu.
A audiência pública segue na Câmara Municipal e conta com a presença do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), da maioria dos vereadores, de representantes do Ministério Público do Trabalho, Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor da OAB/MS, sindicato de mototaxistas, taxistas e motoristas de aplicativos de carona paga, como o Uber.
(Auxiliares vaiaram e chamaram empresário de máfia do taxi)