O pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) declarou apoio em rede social nesta quarta-feira (4) ao comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, que disse nesta terça (3) repudiar "a impunidade".
Na véspera do julgamento do habeas corpus impetrado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no STF (Supremo Tribunal Federal), o general escreveu que o Exército está "atento às suas missões institucionais", sem detalhar o que a expressão significa.
Na postagem, Bolsonaro escreveu: "O partido do Exército é o Brasil. Homens e mulheres, de verde, servem à Pátria. Seu Comandante é um Soldado a serviço da Democracia e da Liberdade. [...] Com orgulho: 'Estamos juntos General Villas Boas.'"
Em três horas, a postagem já tem 11 mil "curtidas". Bolsonaro tem mais de 1 milhão de seguidores no Twitter.
REPERCUSSÃO
A afirmação do general já havia gerado polêmica quando o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, reproduziu o comentário de Villas Bôas no Twitter com um emoji (ícone usado em trocas de mensagens) de aplauso.
Horas depois, no entanto, o juiz fez um "mea culpa" e reafirmou na rede social seu "respeito pelo Exército Brasileiro e pelas demais FFAA [Forças Armadas]". E escreveu: "Compartilho dos valores enunciados na mensagem referida (repúdio à impunidade, respeito à Constituição, à paz social e à Democracia)". Logo em seguida vem o adendo: "Contudo, não me pronuncio sobre as insinuações que dela derivaram".
As declarações surgem em um momento de tensão social e política, com protestos em várias partes do país contra e a favor de Lula.
Em nota, o Ministério da Defesa afirmou que o comandante do Exército "mantém a coerência e o equilíbrio demonstrados em toda sua gestão, reafirmando o compromisso da Força Terrestre com os preceitos constitucionais, sem jamais esquecer a origem de seus quadros que é o povo brasileiro".
O chefe do Estado Maior do Exército, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou que a fala de Villas Bôas é a opinião da corporação. "Se o comandante do Exército se manifestou, essa é a opinião do Exército", disse.
O presidente Michel Temer decidiu não se manifestar sobre a declaração.