Os homens do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), deputados mais bem votados de Mato Grosso do Sul, Capitão Contar e Coronel David, ambos do PSL, que atuarão na Assembleia Legislativa a partir do próximo ano, esperam o governo federal mais presente no Estado, principalmente com uma atuação maior na região de fronteira.
Renan Barbosa Contar é capitão do Exército Brasileiro há 16 anos, e de desconhecido entre a maioria, surpreendeu quando o resultado da eleição saiu: foi o deputado estadual mais bem votado na eleição deste ano, com 78.390 votos, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE/MS).
Na primeira eleição que disputou, Contar atribui o resultado das urnas à vontade popular. “Há uma necessidade nacional para ter renovação na política e para que os interesses nacionais sejam definidos. Nesse último ano, houve vontade popular, foi falado em intervenção militar e as pessoas clamavam pela volta dos valores militares na política”, declarou.
Segundo o deputado eleito, os acontecimentos fizeram com que despertasse nele a representação da renovação. “Isso acendeu uma chama para representar uma renovação e eu decidi disputar a eleição, pois estou em uma fase importante de vida, com 16 anos de carreira”.
Mesmo sentindo que as pessoas queriam renovação, o capitão não imaginou que teria uma votação tão expressiva. “As pessoas confiaram na imagem que transmito para elas, vinculada ao Bolsonaro. Sou militar, fiz campanha sem dinheiro público. As pessoas dialogavam nas minhas redes sociais, tive 600 mil interações por semana em um único post”, afirmou. Mas ele não tira o mérito do presidente eleito. “Bolsonaro contribuiu para essa votação expressiva. Ele sempre esteve na vanguarda, está entre as pessoas mais comentadas”
Com relação aos seus planos como deputado, Contar pretende estar próximo dos órgãos de segurança. “Nosso Brasil faz fronteira com dois países maravilhosos, mas tem a questão do tráfico e Mato Grosso do Sul é corredor. Entra muito ilícito por aqui”.
Para resolver essa questão, o deputado eleito diz ter um projeto voltado à segurança pública. “Vamos conversar com todas as polícias, envolvendo Exército, Polícia Federal, Militar, DOF, todas. E também dialogar com as Forças Armadas dos países vizinhos, sobre a segurança na fronteira”.
Sobre a atuação de Bolsonaro em Mato Grosso do Sul, Capitão Contar acredita que ele vai estar mais presente. “Bolsonaro é nosso líder e vai nos inspirar todos os dias. As pautas dele também serão incluídas aqui. Tudo que ele fala corresponde com que os brasileiros querem, a desburocratização, a diminuição do tamanho da máquina e atacar com toda a força a corrupção”.
Coronel David (PSL), o segundo deputado mais votado do Estado, com 45.903 votos, também acredita em uma atuação mais presente do governo federal em Mato Grosso do Sul. Ele disse que, com Bolsonaro presidente, facilita para o Estado. “Será diferente dos outros anos que a gente não tinha representação do governo federal em Mato Grosso do Sul, certamente”.
Jair Bolsonaro serviu o Exército Brasileiro em Nioaque, de 1979 a 1981. Ele era tenente. Coronel David afirmou também que o presidente eleito tem um carinho grande pelo Estado. “Quando ele esteve aqui, em fevereiro, eu e o presidente regional do PSL, o Rodolfo Nogueira, o levamos para conhecer o Departamento de Operação de Fronteira, o DOF, e ele ficou impressionado com os resultados alcançados pelo departamento”.
Segundo o parlamentar, com essa relação mais próxima, vai defender os interesses do Estado com Bolsonaro. “Com os problemas que enfrentamos na fronteira, precisamos de uma maior participação do governo federal, sempre ajudado pelas forças estaduais e isso depende de investimentos, de recursos. Sem dúvidas que Bolsonaro vai colocar todos os esforços para arrumar isso”.
Se aceitaria o cargo de secretário de Segurança, Coronel David disse que depende. “Fui muito bem votado, as pessoas me querem como deputado estadual, mas, também, tenho que pensar em ajudar o Estado. Depende do governador me convidar, se houver convite, vou partilhar com Bolsonaro para saber se é interessante”.