A Folha de S.Paulo divulgou que durante a conferência conservadora Cpac, em Brasília, o deputado federal e filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu a importação de um projeto para controle de jornalistas, por meio do uso de câmeras escondidas. Eduardo Bolsonaro diz que a criação de uma versão brasileira do Project Veritas poderia funcionar para expor a “parcialidade” de jornalistas.
“Não seria nada mal ter aqui [no Brasil]. Imagina o que não rola nos corredores da Globo lixo”, disse o deputado. "É só dar uma câmera escondida para uma tia do zap”.
O contato do deputado com o projeto se deu durante a conferência, que teve dois integrantes do projeto nos EUA entre os palestrantes.
O que é o projeto?
O Project Veritas, organização conservadora fundada por James O’Keefe em 2010, é acusada de se envolver em vários escândalos nos Estados Unidos.
O El Pais afirma que organização prometia investigações explosivas contra os grandes veículos de imprensa norte-americanos. Mas, com o passar dos anos James O’Keefe que é contra a ideologia progressista foi flagrado se passando por cafetão em um encontro com a organização social Acorn, em 2009. Em 2016, tentou simular ser um húngaro se colocando à disposição para colaborar com a fundação do magnata George Soros, na órbita do Partido Democrata, mas não desligou o telefone direito e acabou revelando, sem saber, o próprio golpe.
Em 2017 foi investigado por tentativa de levar o jornal The Washington Post a publicar uma informação mentirosa ao noticiar o relato de uma suposta vítima de um falso affaire sexual de Roy Moore, o candidato republicano ao Senado pelo Alabama, atacado por uma onda de acusações de assédio sexual.
Uma mulher contatou o jornal alegando que manteve uma relação sexual com Moore em 1992, engravidou e abortou aos 15 anos. O jornal descobriu, no entanto, que a mulher havia mentido sobre sua identidade e a viu entrando na sede do Project Veritas, em Nova York. Paralelamente, o Post divulgou um vídeo, feito com câmera escondida, do encontro entre essa mulher e uma repórter do jornal, que a pressionava a respeito das inconsistências de seu relato e perguntava o que a tinha levado a contar aquela história.
O’Keefe evitou confirmar se a mulher trabalhava para sua organização.