A senadora Simone Tebet (MDB-MS) enfrenta hoje (1) a eleição para a presidência do Senado Federal. O favoritismo é de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mas como tudo pode acontecer no mundo político, a sul-mato-grossense tem chances caso haja número suficiente de dissidentes. Ela precisa de 41 votos.
Tebet trilhou um caminho árduo até essa segunda-feira, sendo até mesmo abandonada pelo partido aos 45 minutos do segundo tempo. Na quinta-feira passada, ela mesmo anunciou que alguns dos líderes do MDB resolveram desistir de apoiá-la para negociatas, apoiando Pacheco em troca de cargos na Mesa Diretora.
Depois da traição dos emedebistas, Simone resolveu enfrentar a eleição com candidatura avulsa e independente. Ontem (31), ela promoveu um encontro virtual de lideranças femininas de todo o País. No último dia de atividades oficiais da sua campanha à presidência do Senado a ideia é construir uma Frente Feminina composta por representantes de ONGs, de movimentos sociais, área jurídica, empresárias, economistas, jornalistas, políticas, e sociedade civil.
Caminhada
Simone Tebet destacou que na sua caminhada como primeira mulher candidata à presidência do Senado ouviu diversos segmentos sociais: empresários, representantes do movimento negro, cidadãos comuns, economistas, profissionais de saúde, entre outros. Ela propôs que as participantes do encontro encaminhem sugestões que possam se transformar em uma carta à nação. “Que a gente possa nessa frente efetivar discursos fortes, contundentes”, disse, referindo-se às pautas relacionadas ao combate à violência contra a mulher, ao racismo estrutural e à defesa da democracia, entre outras.
Uma das bandeiras de Simone à frente da presidência do Senado será a ampliação da voz da bancada feminina no Congresso Nacional. Ela é a única entre os candidatos a expressamente validar a demanda das parlamentares por uma cadeira no Colégio de Líderes.
“Meus princípios não se curvam”
Simone lamentou a interferência do Executivo com a oferta de emendas parlamentares e cargos, enquanto ela fez uma campanha embasada nas propostas republicanas e na discussão do papel do Senado para a sociedade brasileira. Ela criticou a possibilidade de termos um Legislativo submisso, apêndice do executivo. “Uma democracia não se sustenta se tiver candidato oficial do planalto na cadeira da Câmara e do Senado. Meus princípios e valores não tem curvas, não faz desvios no caminho e represento a mulher brasileira, a nossa luta. Sairemos vitoriosos porque estamos defendendo o lado certo da história”, disse.