Interrogado na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS nesta terça-feira (28), o empresário Joesley Batista preferiu ficar em silêncio e não revidou às provocações do deputado federal Carlos Marun (PMDB), que chegou a chamá-lo de “mafiosinho de terceira categoria”.
De terno preto sem gravata, Joesley chegou antes das 9h ao Senado, mas a reunião da CPMI só começou por volta das 9h40, com leitura do relatório pelo presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Conforme o site Uol, o delator foi provocado por diversas vezes, mas só respondeu que se manteria em silêncio.
Defensor do presidente Michel Temer (PMDB), Marun foi o deputado que mais provocou o empresário. Em determinado momento, ele afirmou que houve "tentativa de conspiração" contra Temer e criticou o suposto uso de informações privilegiadas por parte da JBS para ganhar dinheiro com a compra de dólares antes da delação premiada ser divulgada.
“Mesmo para quem é muito rico, um bilhãozinho [de reais] a mais não é ruim [...] Vou dizer uma coisa que disse ao seu irmão [Wesley Batista, também preso]: acho que o senhor não é tão bandido quanto confessa ser, sinceramente. [...] O senhor chegou a um momento em que, o senhor que era um mafiosinho de terceira categoria, resolveu achar que era o Al Capone", disse Marun.
De acordo com o Uol, as tentativas de perguntas para Joesley só começaram às 11h10 e, para todas, ele respondia "me mantenho em silêncio". Marun ainda disse que o empresário teria "relações estreitas" com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte e que o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sabia de irregularidades na negociação do acordo de delação da JBS.