O MDB fez uma aposta arriscada no segundo turno das eleições em Mato Grosso do Sul: jogou fora uma relação de anos com o PSDB para apoiar um novato político, Odilon de Oliveira, do PDT. Apostou todas as fichas para tirar do cargo o tucano Reinaldo Azambuja. No fim, se viu sem o governo e com bancada reduzida em Brasília e na Assembleia Legislativa.
Antes todo poderoso, a partir de 2019 o MDB de MS vai viver por aparelhos. E o ano de 2018 pode ser considerado quem sabe o marco da derrocada da histórica sigla regional. Vamos aos fatos:
O MDB não só perdeu o governo, como viu sua maior liderança regional. André Puccinelli, ser preso pela Polícia Federal. Em Brasília, perdeu um senador, já que Waldemir Moka não foi reeleito.
Ainda na Capital federal, não conseguiu sequer fazer um deputado. Na Assembleia, a bancada reduziu de sete deputados estaduais para somente três, perdendo para 2019, inclusive, um garantido presidente da Casa, já que Junior Mochi tentou o governo e não foi eleito.
Também para 2019 o MDB regional perde a força máxima na política: o hoje ministro Carlos Marun, que deve ficar sem cargo.
NARIZ LEVANTADO
Um dia antes da eleição, toda empáfia dos emedebistas ficou exposta em áudios divulgados pelas redes sociais. Num deles, de dirigente regional de órgão indicado por Marun, era dada vitória de Odilon.
“Na força da militância do MDB”, bradava o dirigente de Campo Grande. O MDB ignorou o aceno de Reinaldo para a aliança, estabelecida há anos, para tentar ganhar mais força no governo de Odilon.
Agora, deve passar um 2019 recolhendo os cacos e dependendo da boa vontade, inclusive dos tucanos, para sobreviver politicamente. E, claro, torcendo para a soltura de André Puccinelli, há mais de três meses atrás das grades.