Os deputados federais de Mato Grosso do Sul que fazem oposição ao governo de Michel Temer afirmaram que a desistência de tentar aprovar a reforma da Previdência foi uma saída elegante para o governo não precisar assumir a derrota.
Dagoberto Nogueira (PDT) avalia que a intervenção militar no Rio de Janeiro foi uma manobra política para usar como desculpa e retirar o projeto da reforma da Previdência de tramitação do Congresso Nacional. “Eles fizeram essa manobra para não ficar com essa derrota de não conseguir os votos necessários e não colocar em votação nunca a reforma”, disse.
O deputado federal Zeca do PT classificou a desistência sobre a reforma da Previdência como uma saída lógica do governo por não conseguir os votos necessários. “A reforma não ia passar. A intervenção militar no Rio de Janeiro é uma manobra política para justificar o fracasso da reforma”, explicou.
Para Zeca do PT, o presidente Michel Temer desistiu de vez de tentar aprovar a reforma, não havendo possibilidade de ser reapresentada no final do ano. Entretanto, o parlamentar acredita que o presidente irá utilizar a intervenção militar no RJ para viabilizar o projeto de sua reeleição no cargo. “Se a intervenção der resultado perante a opinião pública, circula na Câmara Federal que Temer vai se lançar candidato”, disse.
Dagoberto afirmou que a reforma da Previdência deve entrar em pauta com o próximo presidente eleito em 2019. “Um representante que terá legitimidade para discutir com a população e com o Congresso uma reforma da Previdência de forma séria”, disse.
Na visão do deputado, Temer se fragilizou ao negociar o arquivamento dos dois pedidos de investigação. “Eles estavam perdendo votos, na verdade. Não haviam mais nada para negociar. Deram tudo para arquivar os dois processos. Mesmo assim negociou muita coisa e não cumpriu, o que fez com que deputados virassem oposição”, completou Dagoberto.