O deputado estadual João Henrique Catan (PL), que ajudou manifestantes bolsonaristas que reivindicam golpe militar com doação de marmitas e, inclusive, discursou em trio elétrico na frente do CMO (Comando Militar do Oeste), nesta semana, pode ser investigado pela Comissão de Ética da Assembleia Legislativa.
Isso porque o deputado, que foi reeleito por vias democráticas e urnas eletrônicas, esteve junto a grupos que não aceitam o resultado que sagrou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente da República, e agora pedem “intervenção militar”, “intervenção federal”, o popularmente conhecido golpe militar.
Durante a sessão desta quinta-feira (3), o deputado Pedro Kemp (PT) destacou que manifestações com pedido de golpe militar são inconstitucionais e, sem citar nome, indicou comportamentos, que couberam ao deputado João Henrique.
“O que eu acho engraçado é que tem deputado nessa Casa aqui, que posta coisas nas redes sociais, chamando o povo pra ir para a rua. Tem que estudar juridicamente, um deputado que incita e apoia contra o Estado Democrático de Direito, e diz que é advogado. Que faculdade é essa? Faltou às aulas? Não estudou Direito Constitucional? Tem deputado que apoia golpe de estado e isso não podemos aceitar”, disse.
A Comissão de Ética da Casa deve ser provocada para quaisquer investigações relacionadas ao comportamento do deputado bolsonarista. Ele já tem processo de investigação por quebra de decoro pedido por Pedro Kemp e Amarildo Cruz, após dar um tiro com arma de fogo ao participar da sessão remota.
O deputado Catan também deve enfrentar processo de cassação pela coligação do PSDB, que elegeu Eduardo Riedel a governador. Na ação, a coligação pede a cassação dele após o parlamentar pedir votos a Capitão Contar na Tribuna da Assembleia Legislativa, o que é proibido pela legislação eleitoral.
(Pedro Kemp e Zé Teixeira, apesar de terem ideologias opostas, concordam com o resultado das eleições. Foto: Luciana Nassar)
Intervenção fora de cogitação
Deputado bolsonarista e produtor rural, Zé Teixeira (PSDB) aproveitou os comentários de Pedro Kemp e disse que concorda em partes. Entre elas, a pauta das manifestações pedindo golpe.
“Pedir intervenção federal está fora cogitação, não concordo porque fere a democracia. E, na minha visão, a eleição transcorreu dentro da normalidade. Agora, o movimento verde e amarelo, sem impedir o direito de ir e vir, também é democrático”, disse o tucano.
“Trancar rodovias, caminhões e atrapalhar a chegada de combustíveis não é democrático, e não é constitucional.”
O que diz o deputado?
Pedido de nota retorno foi realizado a assessoria de João Henrique Catan e se respondido será inserido no texto.