Defensores do ex-governador André Puccinelli (MDB), o filho André Júnior, e o advogado João Paulo Calves, presos desde o dia 20 de julho passado, por lavagem de dinheiro, vão recorrer agora ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para tentar libertar o trio.
Eles foram encarcerados no dia 20 de julho passado, por suposta participação no Instituto Ícone de Estudos Jurídicos, empresa criada em 2010, segundo investigação do MPF (Ministério Público Federal) e Polícia Federal, para captar dinheiro de propina.
Na tarde desta segunda-feira (3), o pedido de habeas corpus movido pelos advogados André Borges (que defende Calves) e Renê Siufi (Puccinelli) foi negado por dois votos a um pelo TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da Terceira Região. Essa corte já havia negado a liberdade dos implicados.
Os Puccinelli e Calves já tiveram negados pedidos de soltura pelo TRF-3, STJ e desistido de uma apelação ingressada no STF (Supremo Tribunal de Justiça).
Prisão
André Puccinelli, o filho e o advogado foram presos pela criação do Instituto Ícone de Estudos Jurídicos que, para o MPF (Ministério Público Federal), funcionaria para gerenciar dinheiro de propina.
JBS, a principal empresa investigada na Lava Jato, é suspeita de pagar a Puccinelli altas somas em dinheiro. O valor, segundo o MPF, ia para a conta da Ícone, depois era repassado a integrantes do esquema do ex-governador.
Em troca, a JBS era beneficiada com incentivos fiscais. A empresa seria de André Júnior, mas, no papel, quem seria o dono é o advogado João Paulo Calves, o “testa de ferro” da trama, conforme o MPF.
O encarceramento azarou a candidatura de Puccinelli ao governo do Estado. Depois da prisão, o MDB, a pedido de Puccinelli, tentou emplacar a candidatura da senadora Simone Tebet, que negou a proposta. O partido, então, lançou o presidente da Assembleia Legislativa, Júnior Mochi como o concorrente ao mandato de governador de MS.