Uma troca repentina e sem aviso despertou a revolta de opositores da atual gestão da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul. A mudança é vista como retaliação política do grupo que comanda a entidade há quase uma década.
A polêmica teve início neste sábado (24), quando foi revelada publicamente a destituição da advogada Fernanda Mello Camargo da CAA (Caixa de Assistência dos Advogados) em Dourados. Ela foi substituída por Alair Larranhaga Tebar em ordem assinada pelo presidente da CAA, entidade vinculada à OAB/MS, José Armando Cerqueira Amado.
A atitude foi apontada como manobra política, já que Fernanda Camargo teria declarado apoio a outro grupo político. Porém, a Ordem nega qualquer envolvimento com o caso, alegando, inclusive, total independência de ação da Caixa de Assistência (veja mais ao fim da matéria).
“É com extrema indignação que recebo reiteradas notícias de que o atual Presidente da OAB/MS se arvorou da condição de “dono da OAB” e passou a retaliar politicamente, dentro da Instituição, aqueles que, de algum modo, se oponham às suas vontades e manifestações políticas, comportamento que se acentuou, sobretudo, contra valorosas e corajosas mulheres advogadas que recentemente manifestaram apoio à minha pré-candidatura à presidência da OAB/MS”, acusou a advogada Rachel Magrini Sanches, ex-secretária-geral da Ordem e pré-candidata, em nota de repúdio publicada nas redes sociais.
"A postura adotada pela atual administração da Ordem e da Caixa demonstra claramente que a Instituição foi colocada a serviço de projetos pessoais e de grupos para a manutenção no poder, o que merece nosso mais contundente repúdio – Rachel Magrini
INVENÇÃO
Atual presidente da Ordem e alvo direto das denúncias, Mansour Elias Karmouche negou veemente as acusações. “É um assunto da Caixa de Assistência, não tem nada a ver com a OAB, a Caixa é independente, é uma questão administrativa dela”, afirmou.
“E mais: não sou nem candidato, ela (Rachel) está inventando essa história e me coloca no meio, deve dar ibope”, disparou. “Ponto um, não tem nada a ver com a OAB; dois, é administrativo da Caixa e acabou; e três não sou nem candidato”, completou.