De Mato Grosso do Sul, os deputados, Beto Pereira, Bia Cavassa e Rose Modesto, todos do PSDB, e Vander Loubet (PT) votaram a favor da volta das coligações partidárias nas eleições em 2022. Alguns parlamentares disseram que ficaram surpresos com a matéria, que sequer estava na pauta, mas foi colocada ontem (11).
A PEC 125/11 dividiu a bancada sul-mato-grossense e primeiramente os parlamentares rejeitaram o destaque do modelo 'distritão', que elegeria os mais votados. O destaque teve 35 votos a favor e 423 votos contra; além de 4 abstenções. Agora, a Câmara continua a votar os destaques e, posteriormente, o texto vai para o Senado.
Já os deputados Dagoberto Nogueira (PDT), Fábio Trad (PSD), Luiz Ovando e Loester Trutis, do PSL, foram contra a volta das coligações nas eleições.
O deputado Fábio Trad (PSD) se declarou contra o distritão pelo fato de fragilizar partidos políticos. E no fim rejeitou os dois destaques. "Distritão derrotado. Em troca, voltam as coligações partidárias nas eleições proporcionais. Votei contra os dois", disse o deputado.
Contra o sistema distritão e coligações, Dagoberto criticou o PT, que se juntou ao centrão para conquistar as coligações.
"Vergonhosamente se juntou o time do Lula e do Bolsonaro, de olho nas coligações para garantir apoio a cada uma das suas candidaturas."
Ele também indicou que a pauta foi colocada 'sem mais, nem menos". "A questão é que, na calada da noite, querendo tratorar, a bancada bolsonarista e o centrão vieram com a votação e discussão da PEC 125 (Mudanças nas Regras Eleitorais) que nem estava na pauta. Continuaremos debatendo as mudanças!".
A favor
Após o voto favorável, o deputado Vander Loubet explicou que "o retorno das coligações é resultado de um acordo construído em plenário pela maioria dos líderes partidários".
"Pelo acordo, ficou acertada a retirada do distritão da reforma eleitoral, o que foi muito positivo, pois o distritão seria um péssimo modelo eleitoral, ruim para a democracia, pois fortalece o personalismo e isso beneficia políticos consolidados e gente famosa, como celebridades. Dentro da nossa bancada, do PT, desde o início tínhamos uma decisão contrária à coligação, que é um modelo que favorece a proliferação de partidos, principalmente os chamados nanicos. Tanto é que fomos a favor do fim das coligações na reforma aprovada em 2017. Porém, por conta do acordo construído com os demais partidos, aceitamos votar a favor das coligações para evitar o mal maior, que seria a aprovação do distritão."
Da mesma forma, o deputado Beto Pereira disse que seguiu orientação do partido, porém tende a fazer nova análise. “Com relação ao voto favorável ao retorno das coligações, segui a orientação da liderança do meu partido, o PSDB. Entretanto, vou reavaliar o meu posicionamento e no segundo turno da votação votarei de forma independente”.
Coligações
O "ajuntamento" de partidos é muito criticado por parlamentares, que defendem que as coligações podem de certa forma "enganar" o eleitor, já que na hora da votação existe a coligação, mas posteriormente o sistema de contagem das urnas extingue essa questão.
O destaque 14 determina a volta das coligações em eleições proporcionais. As coligações em eleições proporcionais haviam sido extintas em 2017 e passaram a valer nas eleições de 2020. Assim como a cláusula de desempenho, ela contribui para diminuir o número de partidos e fortalecer o sistema representativo.
A deputada Rose Modesto também foi questionada sobre a posição do voto e assim que houver retorno será inserido no texto.
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Dados e curadoria:
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Edição:
Clara Velasco, Gabriela Caesar e Thiago Reis (Conteúdo) e Rodrigo Cunha (Infografia)
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