Em resposta aos vazamentos do jornal The Intercept, o ex-deputado Carlos Marun (MDB) declarou que os procuradores da Lava Jato tentaram incriminá-lo mesmo sendo inocente. Ainda garantiu que isso só não aconteceu porque o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (MDB), se recusou a mentir.
“Depois de algum tempo em prisão preventiva Cunha resolveu ceder às pressões e delatar. Apresentou sua relação prévia de delatados e recebeu como resposta de elementos do MPF que só sairia da cadeia se dissesse alguma coisa que me comprometesse. Nada mais interessava”, ponderou.
De volta ao conselho da Itaipu binacional, com salário que chega quase a R$ 30 mil mensais, Marun destaca que se o fiel amigo tivesse cedido à pressão, ele poderia estar preso hoje.
“Cunha se recusou a mentir e por isto está preso. Se ele tivesse concordado em me caluniar estaria solto e eu com a minha vida destruída. Eu, minha família e meus verdadeiros amigos estaríamos sofrendo em função de uma mentira exigida por homens e mulheres que deveriam zelar pelo respeito a Lei”.
Por fim, Marun pediu justiça e, indiretamente, o afastamento dos envolvidos nos últimos escândalos. “Não é possível que a Instituição Ministério Público continue dando guarida a estes maus elementos, que não vacilam em se transformar em criminosos sob o pretexto de combater o crime. O cidadão precisa ter a sua disposição no nosso Ordenamento Jurídico uma forma de reagir diante de atitudes infames como esta”.