No ano de 2020, que foi marcado pelo isolamento social, restrição das atividades parlamentares, sociais e econômicas no Brasil, os deputados Loester Trutis e Luiz Ovando, do PSL, usaram mais a cota parlamentar do que em 2019. Juntos, eles usaram 28,43% a mais desse benefício.
Conforme a seção da Transparência da Câmara dos Deputados, em 2019 Tio Trutis gastou R$ 269.267 contra os atuais 291.884 (alta de 8,39%). Luiz Ovando ganhou de Trutis nesse quesito: no ano passado ele gastou R$ 119.513 com atividades parlamentares e este ano R$ 131.643 (mais 10,14%).
Vale lembrar que grande parte das sessões da Câmara este ano foram remotas, com os parlamentares podendo atuar pelo computador de casa. No auge da pandemia (julho e agosto) foi o período com maior restrição de circulação de pessoas no País.
Os números também mostram que Dagoberto Nogueira, do PDT, reduziu os gastos, mas muito pouco. Em 2019 gastou R$ 337.468 e, em 2020, R$ 334.993.
Bom exemplo
Ao contrário de Trutis e Ovando, o deputado federal Fábio Trad (PSD) foi o que mais reduziu gastos com a atividade parlamentar no período. Em 2019, ele usou R$ 228.850 e, até novembro deste ano, apenas R$ 54.805.
Com a gastança de Trutis, Ovando e Dagoberto, a média de redução da cota da bancada foi de apenas 18,51%.
Cota
Conforme a Câmara dos Deputados, a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) custeia as despesas do mandato, como passagens aéreas, combustíveis, conta de celular e alimentação. Algumas são reembolsadas, como as com os Correios, e outras são pagas por débito automático, como a compra de passagens.
Ainda segundo a Casa, nos casos de reembolso, os deputados têm três meses para apresentar os recibos. O valor mensal não utilizado fica acumulado ao longo do ano - isso explica porque em alguns meses o valor gasto pode ser maior que a média mensal.
Resposta
Questionamos os três parlamentares citados. Trutis disse que seus gastos com a cota reduziram até 80% nos meses da pandemia (a partir de abril). Sobre os gastos maiores em janeiro, ele destacou que a cota é paga conforme o salário de um trabalhador, ou seja, os gastos do mês de janeiro são referentes às atividades de dezembro de 2019. O deputado Luiz Ovando disse que ''basta consultar o Portal da Transparência'' e Dagoberto não se manifestou.