André Puccinelli Júnior, advogado e filho do ex-governador André Puccinelli (2007-2014), preso com o pai desde o dia 20 de julho por lavagem de dinheiro, já enfrenta problemas para manter o emprego de professor de Direito da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
O TopMidiaNews apurou que a instituição federal abriu procedimento administrativo contra o advogado, expediente que, dependendo do desfecho, pode exonerá-lo do cargo.
A assessoria de imprensa da UFMS, contudo, não se manifestou acerca do episódio e resumiu assim o assunto:
"O professor André Puccinelli Júnior é docente da Faculdade de Direito da UFMS. A Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas solicitou à 3ª Vara Federal informações e esclarecimentos sobre a situação do professor e aguarda comunicação oficial. A UFMS não se pronuncia sobre processos internos relativos aos servidores da Instituição".
Preso duas vezes
De novembro do ano passado, Puccinelli Júnior foi preso com o pai por duas ocasiões. No primeiro encarceramento, a UFMS teria iniciado o processo administrativo, mas logo deixado de lado porque o advogado foi posto em liberdade por meio de apelação acatada pelo TRF-3 (Tribunal Regional Federal da Terceira Região).
Puccinelli foi detido com o filho André Júnior e o advogado João Paulo Calves, que seria dono do Instituto Ícone de Ensino Jurídico, empresa que, segundo o MPF (Ministério Público Federal), teria sido usada para captar dinheiro de propina, da JBS, por exemplo.
Para o MPF, Puccinelli Júnior seria o real dono do instituto e Calves, também professor de Direito em faculdade particular, uma espécie de testa de ferro do filho do ex-governador. Calves também está preso.
Recursos
O trio tentou a liberdade no TRF-3, STJ (Superior Tribunal de Justiça) e desistiu de um recurso ingressado no STF (Superior Tribunal Federal).
Agora, o TRF-3 examina outro pedido de liberdade e deve se manifestar daqui a alguns dias.
Puccinelli Júnior está na mesma cela que abriga o pai ex-governador, no Centro de Triagem Anízio Lima, região do Jardim Noroeste, em Campo Grande, onde fica o complexo penitenciário da cidade. Ele poderia ter ficado no presídio Militar, que tem a chamada sala de Estado-Maior, ambiente construído para acomodar, mas preferiu ficar ao lado do pai.