O deputado federal Jean Wyllys, eleito para o seu terceiro mandato pelo PSOL do Rio de Janeiro, vai deixar o cargo e sair do Brasil para se dedicar à carreira acadêmica.
Segundo ele, que vive sob escolta policial desde o assassinato da companheira de partido Marielle Franco, o aumento das ameaças de morte o levaram a abandonar a missão na Câmara dos Deputados.
"O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: 'Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis'. E é isso: eu não quero me sacrificar", justifica.
"Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário", afirma Wyllys. "O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim", acrescenta.
Pelo Twitter o deputado disse que "Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!"