Declarações de parlamentares de Mato Grosso do Sul que integram a bancada federal (8 deputados federais e 3 senadores) de que estariam “revendo” seus votos e que mudariam de ideia quanto a retirada do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) das mãos do ministro Sérgio Moro (Justiça), viraram palavras vazias.
Até semana passada, por exemplo, o senador Nelson Trad (PSD), que votou pela ida do Coaf para o ministério da Economia, afirmou que pensava em reconsiderar seu parecer.
No Senado, ele e a senadora Soraya Thronicke (PSL), apoiaram a ideia de o conselho que descobre as atividades financeiras suspeitas e as remetem para a investigação, fosse tirado do ministério da Justiça.
A senadora Simone Tebet (MDB), antes de votar pelo Coaf na Justiça disse ter conversado por duas ocasiões com o ministro, daí, disse ela, foi "convencida" da necessidade de o controle de atividades financeiras ficar com Moro.
O conselho é responsabilidade de Sérgio Moro desde janeiro passado, assim que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tomou posse.
Já na Câmara Federal, três dos oito deputados federais votaram contra a permanência do Coaf na Justiça: Bia Cavassa, Beto Pereira, ambos do PSDB e Vander Loubet, do PT.
A medida que tirou o Coaf de Moro foi aprovada pela Câmara dos Deputados, votação reforçada depois pelo Senado Federal. Agora, resta apenas a canetada do presidente Bolsonaro.
Equipe do presidente afirmou que o governo federal trabalhou para o Senado confirmar a votação da Câmara Federal por temer perdas e apoiar pautas que Bolsonaro acha “mais importante”.
Informações indicando que o presidente poderia manter o Coaf com Moro, por meio de decreto, circularam na Câmara e no Senado, mas depois foram negadas. Legalmente, por decreto, o presidente poderia conduzir o Conselho para o ministério da Justiça, contudo, a decisão poderia inflamar ainda mais a relação política dele com o Congresso.
O Coaf na pasta de Moro foi pregado à exaustão na campanha eleitoral de Bolsonaro.