Deputado estadual João Henrique Catan (PL) quer vetar câmeras corporais em policiais de Mato Grosso do Sul. Ele até apresentou projeto de lei para isso, mas os argumentos são contraditórios. Ele cita gastos, mas já defendeu monitoramento em outros locais.
Na justificativa do PL 34/2025, o deputado bolsonarista apresenta alegação diferente de quem normalmente é contra as câmeras. O deputado de MS alega questões meramente orçamentárias contra a medida e não pontos como cerceamento da atividade policial ou exposição da intimidade dos agentes.
''A implementação de 'bodycams', além de gerar um impacto financeiro expressivo, comprometeria investimentos prioritários na segurança pública'', reflete o parlamentar. Em outro trecho ele mantém-se contra o expediente que tem tido bons resultados Brasil afora, pelos mesmos motivos.
''Em tempos em que o Estado enfrenta sérias dificuldades em garantir infraestrutura básica necessária para a segurança pública, é inadmissível que se priorize a imposição de gastos públicos em tecnologias que não são essenciais ou urgentes'', avaliou João Henrique novamente.
Gastos
O detalhe é que a justificativa de gastos não para de pé. Isso, porque, em 2019 e 2022, João Henrique apresentou projetos para que escolas de MS instalem câmeras de segurança em seus espaços. O mais recente exige que as áreas internas e externas das unidades educacionais sejam cobertas por sistema de videomonitoramento.
O projeto determina, inclusive, que as imagens capturadas sejam armazenadas por no mínimo 180 dias. Ou seja, haveria grande gasto com equipamentos e sistemas de armazenagem dos arquivos de vídeo, que, em geral são ''pesados'' ou ''espaçosos''.
O espaço está aberto para manifestação dos envolvidos.