Operação do Gaeco que desmantelou quadrilha que desviava dinheiro público e da CBF dentro da Federação de Futebol de MS não fez nem um ano; mas dirigente de Dourados investigado por propina segue influente na entidade, inclusive com patrocínio de empresa estatal.
A contradição fica escancarada; Marco Antônio de Araújo, presidente do Dourados Atlético Clube fez parte de grupo que desviava dinheiro do Governo de MS. Claro, é suspeito e investigado, mas o bom senso deveria impedi-lo de receber patrocínio da estatal de abastecimento de água de MS.
Sanesul injetou dinheiro em clube de cartola investigado (Foto: Reprodução Instagram)
Conforme descrito em Diário Oficial do Estado, o patrocínio da empresa de águas foi firmado em2021 e assinado pelo então diretor-presidente, Valter Carneiro Jr. Os valores? R$ 150 mil e R$ 90 mil limpinhos, de recursos próprios da empresa.
A questão é: como ele mantém acesso livre a verbas do futebol estadual, mesmo após a operação? Tem um detalhe interessante nessa história. O patrocínio da Sanesul está estampado na camisa do clube douradense, cuja empresa que confecciona a vestimenta é do próprio Marco Antônio.
E outra: foi por meio da empresa Invictus, registrada no nome da irmã dele, que o cartola usava para receber dinheiro da FFMS. O Gaeco diz que foram R$ 750 mil repassados em 4 anos. Em um episódio, a firma recebeu R$ 194,5 mil. Pouco depois, devolveu R$ 90 mil para um sobrinho do então presidente, Francisco Cezário de Oliveira.
''Marcão'', como é conhecido alegou que usava a conta da fabricante de uniformes para receber os valores da federação e pagar os jogadores. Mas havia uma conta específica para o clube, que ele não movimentou, garantiu o Ministério Público.
O espaço está aberto para manifestação do envolvido e outras partes. Marco Antônio respondeu que não pode falar sobre o assunto por orientação do advogado.