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Política

05/10/2018 16:15

Candidata de Bolsonaro em MS usa colete à prova de balas em comício, diz revista

Polícia instaurou inquérito contra suplente da candidata, segundo Piauí

Candidata ao Senado pelo PSL, a advogada Soraya Vieira Thronicke tem feito carreatas no interior de Mato Grosso do Sul vestida com um colete à prova de balas debaixo da camiseta verde e amarela repleta de adesivos de apoio ao presidenciável  Jair Bolsonaro. Além disso, ela só sai de casa na companhia de dois seguranças armados. “A coisa aqui está muito feia. Melhor eu me proteger”, disse à revista Piauí.

O que provoca medo na candidata é o seu primeiro suplente, Rodolfo Oliveira Nogueira, 44. Ela diz ter sido ameaçada de morte por ele no telefone. A versão foi narrada em um boletim de ocorrência registrado em 29 de agosto, na 1ª Delegacia de Campo Grande, como foi contado pelo TopMídiaNews no mês passado.

Nogueira é um pecuarista na região de Dourados. À Justiça Eleitoral, declarou patrimônio de 3,4 milhões de reais. Filiado ao PSL desde março, é presidente da legenda e muito próximo de Bolsonaro – na página de Nogueira no Facebook há várias fotos de ambos e um vídeo em que o presidente nacional do partido, Gustavo Bebianno, diz que o pecuarista é “amigo pessoal do capitão”.

A briga entre ele e Soraya começou em meados de agosto, quando ela se deparou, nas ruas de Campo Grande, com adesivos colados nos vidros traseiros de automóveis em que a figura de Bolsonaro aparecia ao lado do candidato a senador Dorival Betini, do PMB. Ao se queixar a Nogueira, ele teria dito que autorizara Betini a usar a imagem do presidenciável.

Dias depois, a candidata encontrou santinhos em que o número de Bolsonaro na urna aparecia ao lado de candidatos do PSDB e do PTB ao Senado – as duas siglas são coligadas ao PSL no estado. Ela foi reclamar e, supostamente, recebeu as ameaças.

A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o crime de ameaça, cuja pena varia de um a seis meses de prisão. Soraya também formalizou uma representação contra o seu suplente no diretório nacional do PSL. No documento, a candidata pede intervenção no diretório estadual do partido e a expulsão de Nogueira da legenda. 

Nogueira divulgou uma nota em que acusa a candidata de “vitimismo e mentiras” para produzir “histeria eleitoral” e diz que houve erro na confecção dos santinhos. Ele confirma ter discutido com Soraya ao telefone, mas nega tê-la ameaçado. “Deixo claro que sou marido, pai de duas meninas e um menino, e sou filho: jamais ameaçaria a integridade física, sequer psicológica, de uma mulher.”

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