A vereadora Maria Imaculada Nogueira, a Lia Nogueira (PP) será investigada na Câmara de Dourados por uma comissão processante que apura acusação de ameaça de morte. A parlamentar pode ter o mandato cassado por conta de um boletim de ocorrência registrado em 2 de agosto, pela ex-chefe de gabinete Patrícia Brandão, de 32 anos.
Na sessão de ontem (9), os vereadores leram o documento e o pedido de cassação que tem prazo de 90 dias para ser concluída. Foram oito votos a sete com duas ausências.
Segundo o Dourados News, a denúncia foi protocolada na Casa na segunda-feira (9), horas antes da sessão após ex-servidora lotada no gabinete da legisladora relatar ter sofrido ameaça de morte da progressista.
A comissão processante será presidida por Juscelino Cabral e terá como relator Jânio Miguel. Maurício Lemes será membro.
A parlamentar negou as acusações e disse que a mulher teria que provar.
O caso
Ex-chefe de gabinete Patrícia Brandão registrou ocorrência onde disse que Lia Nogueira estava ameaçando. Segundo ela, a parlamentar tem realizado esse discurso há pouco mais de um mês e chegou a citar relatos ameaçadores inclusive para os filhos.
De acordo com a servidora, desde o início da investigação sobre repasses de verbas da Câmara para veículos de comunicação, em maio deste ano, Lia ‘passou a ficar perturbada mentalmente, agindo de maneira descontrolada’, relatou no boletim registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).
Ela disse ainda que há aproximadamente um mês foi buscar a parlamentar na residência dela para uma agenda, onde começou, segundo a denunciante, as ameaças por parte da legisladora.
“Uma pessoa me perguntou se eu confio em você. Esta pessoa me disse que eu te levo em todas as minhas reuniões, que você sabe tudo que se passa na minha vida. Mas, respondi para a pessoa, que se você me trair, eu te mato!”.
De acordo com a servidora, após esse fato por várias vezes Lia Nogueira teria realizado ‘brincadeiras’ em tom ameaçador. Em outra reunião, poucos dias depois do primeiro ato, ouviu da vereadora a seguinte observação: “se você me trair, ou se vender, eu dou um tiro em sua boca, sua filha da p@#$%”, contou à polícia.
Ainda conforme o relato da ex-chefe de gabinete, em 26 de junho durante almoço em um restaurante da cidade, a parlamentar chamou os filhos da mulher e disse para não saírem às ruas enquanto as investigações não acabassem, ‘pois alguém poderia sequestra-los ou mata-los’, provocando medo nas crianças.
Em outra ocasião, durante reunião de pessoas próximas, a mulher voltou a dizer ter sido ameaçada e de acordo com ela, no meio de mais pessoas. “Ontem eu falei pra ela, se me trair eu descarrego a 9 milímetro [se referindo a pistola calibre 9mm] na boca dela."
Após a denúncia, o caso foi colocado em segredo de justiça.