O senador Nelsinho Trad (PSD/MS) se reuniu com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Joilson Alves do Amaral, e o empresário Roberto Klabin, proprietário do Refúgio Ecológico Caiman, no Pantanal, para tratar de soluções para o combate aos incêndios florestais na região.
Aproximadamente 25% do território de Mato Grosso do Sul é pantanal e, em 2019, os incêndios aumentaram significativamente, chegando a 337% em relação aos anos anteriores. A situação levou o Governo do Estado a decretar situação de emergência.
“Se falou muito no Brasil dos incêndios na Amazônia, mas a situação no Pantanal foi muito grave e precisamos unir forças para que isso não aconteça novamente. Temos que defender o nosso Pantanal. Um milhão de hectares foram consumidos pelo fogo em pouco mais de um mês. É preciso equipar o corpo de bombeiros e criar um centro integrado de combate a incêndios florestais. Vamos conversar com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para conseguir a liberação de recursos para o projeto que está no Ministério”, afirmou o senador Nelsinho.
Dados do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) indicam que, de 1º de agosto a 9 de setembro, os incêndios consumiram 1.027.041,20 hectares no estado.
Para o coronel Joilson Alves do Amaral, é fundamental a aquisição de equipamentos específicos para combate a incêndios florestais, como capas, capacetes, coturnos, luvas, entre outros. “Apresentamos projeto junto ao Ministério da Justiça, que possui um fundo de direitos difusos, e fomos um dos poucos selecionados na área ambiental. Apenas 10% foram aprovados. Nosso projeto visa à compra de viaturas de combate a incêndios florestais e EPIs. Está na fase de homologação do processo e tem um valor estimado de R$ 13 milhões. Precisamos de ajuda para liberar o recurso”, explicou o coronel Joilson Alves do Amaral.
“Eu gostaria de agradecer aos bombeiros, que mesmo com as dificuldades, realizaram um excelente trabalho. Mas existe um desaparelhamento, e isso me preocupa, porque combater um incêndio na cidade é muito diferente de combater um incêndio florestal. As catástrofes vão acontecer cada vez mais e temos que estar preparados. A baixa umidade, com ventos fortes, aumento da cobertura vegetal por conta da preservação, tudo isso favoreceu”, destacou Roberto Klabin, que teve 30 mil hectares de sua propriedade de turismo ecológico consumida pelo fogo.
Durante a reunião, foi destacada também a importância da criação de um centro integrado de combate a incêndios florestais, coordenando as operações que acontecem em todo o país para que o trabalho seja mais efetivo. “Seria necessário equipar todos os estados para que se apoiem quando necessário. Temos que ter uma força Nacional integrada que coordene todos. Brasil está exposto e não estamos preparados”, frisou Klabin.
Segundo o coronel Joilson, existem 50 mil bombeiros no país, e daí a importância de um centro integrado para planejar ações conjuntas mais efetivas de combate aos incêndios florestais. “Aeronaves específicas também são fundamentais, porque essas muito grandes, que consomem muito combustível a cada decolagem, são pouco produtivas”, disse.
Também participaram da reunião o coronel Marcelo Dias, Roberto Klabin, Leonardo Gomes da organização não governamental Onçafari, Clarissa Presotti, da WWF-Brasil, Lidia Parente, da SOS Mata Atlântica, e Felipe Augusto Dias, diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal.