Em evento realizado hoje (7), na Feira Nacional da Soja, em Santa Rosa (RS), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar a Petrobras. Após falar para o público sobre responsabilidade da empresa na alta dos preços do diesel e demais combustíveis, ele posou para fotos ao lado de uma colheitadeira e cumprimentou apoiadores.
"Esta semana vocês estão conhecendo um pouco mais do que é a Petrobras aqui no Brasil. Temos nichos, temos redutos ainda em nosso governo espalhados por todo o Brasil que não entenderam que todos nós estamos no mesmo barco. Eles sabem que o Brasil não aguenta mais o reajuste de combustível numa empresa que fatura dezenas de bilhões de reais por ano às custas do nosso povo brasileiro", discursou.
Segundo o G1, A União detém a maioria das ações ordinárias da Petrobras, com 50,3% do total. A estatal adota para suas refinarias uma política de preços que se orienta pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio.
Nos últimos meses, o preço internacional do petróleo tem subido em especial devido às tensões provocadas pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia, esse último um dos maiores produtores mundiais de petróleo.
Foi justamente o conflito que motivou Bolsonaro a repetir as acusações à Petrobras. No caminho do palco para o setor de estandes, em resposta à RBS TV, que acompanhava a comitiva presidencial, o presidente repetiu aos jornalistas críticas que já havia citado em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais no meio da semana.
"Vocês devem estar sabendo o que eu falei na live, né? Tinha um sentimento de que ia ter novo reajuste no preço. Isso é injustificável pelos números da Petrobras. A Petrobras não tá numa situação de ser independente do Brasil", criticou.
Bolsonaro afirmou que outras petrolíferas do mundo baixaram a margem de lucro para enfrentar a crise com a guerra na Ucrânia, e diz que espera que a estatal brasileira siga o exemplo.
"A Petrobras é diferente. A Petrobras tem um lucro 100% maior que a próxima grande petrolífera do mundo. Não justifica isso daí. Não tem interferência, eles têm uma legislação completamente própria", assinalou.