O presidente Jair Bolsonaro pretende antecipar, para depois do carnaval, um pacote de medidas benéficas à população e assim criar um clima positivo para tentar se reeleger.
Segundo o Correio Braziliense, nesta quarta-feira (23), o ‘’pacote de bondades’’, estaria programado para mais tarde. No entanto, foi antecipado, em razão de uma possível guerra entre Rússia e Ucrânia, que pode aumentar o preço dos combustíveis e consequentemente a inflação (que já é alta).
Na análise do site, o governo estuda liberação dos saques do FGTS para quitar dívidas; linha de crédito de até R$ 100 bilhões para micro e pequenas empresas (com possibilidade de renegociação de débitos em atraso).
Há ainda a programação de uma linha de microcrédito, de até R$ 3 mil, para os trabalhadores informais; ampliação dos subsídios ao programa Casa Verde Amarela para famílias do Norte e do Nordeste com renda mensal de até dois salários mínimos.
Ainda segundo o site, as medidas positivas do Planalto podem conter ainda a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados para taxistas e portadores de deficiência. Outra medida de amplo apelo é um programa habitacional para profissionais da área de segurança pública, o chamado ‘’Habite Seguro’’, que foi aprovado pelo Senado.
O ministro da Cidadania, João Roma, chegou a dizer que o Auxílio Brasil zerou a fila do Bolsa Família, que era uma marca ligada ao PT.
Demagogia
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, crítico ao governo, classificou as propostas como eleitoreiras. Elas seriam eficazes a curto prazo, mas podem prejudicar os mais necessitados no futuro.
'‘Já experimentamos isso no final do governo Dilma (Rousseff). Isso é sempre perigoso. Demagogia fiscal sempre cobra a conta muito mais caro no médio e no longo prazos’’, refletiu.
Do lado governista, parlamentares defendem a aprovação das pautas sociais, em especial por causa da crise sanitária. O deputado Bibo Nunes negou a pecha ‘’eleitoreira’’ do pacote de bondades.
Instrumentos
Diretor-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco afirmou que Bolsonaro tem dois instrumentos poderosos em mãos: a caneta e o cofre. Ele diz que o presidente tem usado isso fartamente para ser reeleito.
"Há um grande segmento da sociedade passando por enormes dificuldades e sensível aos benefícios diretos que lhe favoreçam, como a criação do Auxílio Brasil. É possível que a implantação de novos benefícios tenha forte correlação com a popularidade do presidente", afirmou.