Sexta-feira passada durante o café da manhã com jornalistas da tida grande imprensa, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro avisou que pode, nesta segunda-feira (8), demitir o ministro Ricardo Vélez (Educação). Para o mandatário, “está bastante claro que não está dando certo o ministro Vélez”.
Se isso acontecer, será a segunda queda de ministro na gestão que já dura em torno de 100 dias. O primeiro a cair do staff do capitão da reserva do Exército foi o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bibianno, que perdeu o emprego logo depois de encrencar-se com um dos filhos de Bolsonaro, em fevereiro passado.
“Na segunda-feira [hoje], vamos tirar a aliança da mão direita, ou vai para a esquerda ou vai para a gaveta”, afirmou Bolsonaro aos jornalistas, que o questionaram sobre a permanência do ministro no cargo.
Aliança na mão direita representa namoro, noivado; na esquerda, relação séria, casamento. Na gaveta, sonho adiado.
Políticos próximos de Bolsonaro já pediram a cabeça de Vélez já no primeiro mês de governo. Uma das queixas tem a ver com o exarado número de demissões de pessoas que ocupavam cargos-chaves no ministérios. Com as exonerações, projetos importantes da pasta emperraram e a Educação praticamente parou.
No meio da semana passada, numa audiência na Câmara dos Deputados, o ministro foi bombardeado por críticas disparados por parlamentares que queriam saber “o que fez o ministro até agora”.
Desde então, a demissão dele tem sido cogitada. Duas semanas atrás, inclusive, a saída de Vélez foi anunciada como certa por articulistas importantes da mídia nacional. A notícia, depois desmentida, foi reproduzida por aliados de Bolsonaro, como a senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (PSL), que publicou a exoneração do ministro da Educação pelas redes sociais.
Até por volta das 10h (horário de Brasília), ninguém do Palácio do Planalto havia comentado a eventual demissão de Vélez.