O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a dizer nesta sexta-feira (16), em Brasília que, enquanto estiver no poder (mandato dele segue até dezembro de 2022, podendo ser renovado em eleições por mais quatro anos), “não tem demarcação de terras indígenas”.
O arbítrio do presidente frustra, particularmente, a segunda população indígena do Brasil (cerca de 80 mil indígenas), que habita aldeias no território sul-mato-grossense. Índios e fazendeiros disputam há décadas áreas que, mesmo tidas como terras dos índios, têm o domínio de fazendeiros. Casos de disputas por estes áreas mofam em seções judiciais.
Com a decisão de Bolsonaro, os conflitos judiciais devem permanecer sem desfechos. Na conversa com jornalistas, nesta sexta-feira, em frente ao Palácio da Alvorada, ele disse:
“61% do Brasil você não pode fazer nada, tem locais aqui que você vai produzir uma coisa, você não pode produzir em uma linha reta. Tem que fazer uma curva enorme para desviar de quilombola, uma área indígena, uma área de proteção ambiental. Tão acabando com o Brasil. Se eu fosse fazendeiro eu não vou falar o que eu faria não, mas eu deixaria ter dor de cabeça”.
Daí o presidente arrematou: “enquanto eu for presidente não tem demarcação de terra indígena. Já tem 14% do território nacional”