A maioria dos deputados bolsonaristas de Mato Grosso do Sul ainda não se pronunciou sobre a operação da Polícia Federal na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã desta quarta-feira (3). Poucas horas depois da batida da PF contra Bolsonaro, o deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) fala sobre vingança e perseguição.
"A investigação apura falsificação nos cartões de vacina. Me parece que fica claro as diferenças entre Bolsonaro e Lula. Bolsonaro recebe a PF porque não tomou vacina e Lula vai preso porque roubou dinheiro do povo brasileiro", diz o deputado, que indica uso das instituições pelo PT.
"Me parece que está havendo o uso das instituições brasileiras para promover perseguição política. O governo do amor venceu e parece que só quer se vingar do povo que não apoia a esquerda no Brasil", concluiu Tavares.
Bolsonaro acordou cedo com a PF em sua porta por fraudes em sua carteira de vacinação e na carteira de vacinação da filha e da esposa Michele Bolsonaro. Existe a suspeita de que Bolsonaro tenha adulterado os documentos para visitar países que exigiam a vacina, como os Estados Unidos.
Com tanta movimentação de manhã, deputados como Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL), João Henrique Catan (PL) e Coronel David (PL) ainda não se manifestaram nas redes sociais sobre a situação do líder. Pouco mais das 8h da manhã de hoje ainda não haviam feito nenhuma publicação.
Pollon fez publicação no Instagram já por volta das 9h indicando que o movimento foi de "represália" e citou que o ato foi realizado após o grupo de oposição impedir votação da proposta 2630/20. "Logo após impedirmos o PL da censura".
Ao TopMídiaNews, Pollon defendeu que a operação é uma piada e que não duvida que seja emitido pedido de prisão. "Uma piada! Operação deflagrada pelo STF usando a PF para apurar cartão de vacina? Só pode ser piada! Em uma ditadura tudo é possível, inclusive prisão por opinião ou por “cartão de vacina”".
Ovando, João Henrique, Rodolfo Nogueira e Coronel David foram questionados, por meio da assessoria, qual opinião sobre a operação e sobre possível pedido de prisão posteriormente. Até o momento, não deram retorno.
Correria
O que se sabe, até o momento, é que assessores e apoiadores próximos de Bolsonaro correram para Brasília. O ex-presidente era aguardado às 10h na sede da PF para prestar depoimento, porém os advogados informaram que ele não compareceria. Bolsonaro corre o risco de ter um mandado de prisão emitido em seu desfavor.
Ex-presidente inicialmente não quis dar as senhas dos celulares apreendidos a PF. Após algum tempo, Bolsonaro acabou fornecendo as senhas.
Contra PL da Fake News
Os bolsonaristas realizaram grande movimentação ontem (2), data em que seria votada a PL 2630/20 que visava regulamentação das redes sociais e entre os artigos penalizava quem praticasse fake news. Eles se posicionaram contra a proposta e justificaram que se tratava de censura.
Os três deputados federais de MS, Rodolfo Nogueira, Marcos Pollon e Dr. Luiz Ovando ajudaram a movimentar as redes sociais e alimentar seguidores da extrema-direita.
No final, o presidente da Câmara, Arthur Lira, retirou a proposta de pauta a pedido do relator, dando de certa forma uma vitória a oposição.
Acordou com PF na porta
A Polícia Federal (PF) cumpre mandado de busca apreensão nesta quarta-feira (3), na casa do ex-presidente, Jair Bolsonaro, em Brasília.
A ação também cumpre um mandado de prisão contra o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Conforme o site Metrópoles, a operação foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
As ordens estão sendo cumpridas no âmbito da chamada “Operação Venire”. Segundo a Polícia Federal, a operação investiga uma associação criminosa acusada pelos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Ao todo, a PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Os policiais também farão análise do material apreendido durante as buscas e colherão depoimentos de pessoas que detenham informações a respeito dos fatos.
(Matéria atualizadas às 9h35 para acréscimo de posição de Marcos Pollon)