Genivaldo Antônio dos Santos, líder indígena da aldeia Córrego do Meio, situada em Sidrolândia, disse, na manhã desta quinta-feira (8), que o bloqueio de trecho da BR-163, saída de Campo Grande para Cuiabá, produziu “bom resultado”.
É que o protesto tinha a ver com a medida do Ministério da Saúde, que havia contratado uma empresa de Sabará, Minas Gerais, para cuidar dos programas de saúde dos índios, em Mato Grosso do Sul. Santos disse que, logo depois do protesto – que durou das 5h até por volta do meio-dia de terça-feira – o ministério revogou o conhecido chamamento da empresa mineira.
Santos acompanha um grupo de índios vindos de Sidrolândia e Miranda, que protestam na Câmara dos Vereadores de Campo Grande, contra o discurso do vereador do PSDB, André Salineiro, feito na manhã de terça, durante sessão, em Campo Grande.
Salineiro disse que os índios mereciam uma surra dos policiais caso insistissem com o protesto. Os índios exigiram retratação do vereador.
O vereador questionado, líderes indígenas e o presidente da Câmara, João Rocha, do PSDB, estão reunidos em sala fechada, há pelo menos meia hora.
A liderança indígena criticou Salineiro pelo discurso e ainda por “ter mentido” nesta quinta-feira, durante a sessão.
“Ele [vereador] disse que um paciente que tinha consulta marcada foi impedido de passar no trecho bloqueado por índios, na terça. Isso é uma mentira. Policiais rodoviários federais controlaram o trânsito e liberaram a passagem de todas as pessoas que seguiam para tratamento médico no dia do manifesto”, afirmou a liderança.
“O vereador nem estava lá [bloqueio] e disse isso. De dez em dez minutos, os policiais determinavam a passagem dos pacientes. Eu e os manifestantes somos prova disso”, continuou a liderança.
Já quanto à fala do vereador, Genilvado disse ter sido “preconceituosa” e que nunca ele deveria ter falado isso [descer o cacete nos manifestantes].