O governo do Estado de Mato Grosso do Sul negou que irá paralisar a construção do Aquário do Pantanal, em Campo Grande. Porém, determinou que obras na área da saúde, como a conclusão dos hospitais do Trauma e do Câncer são prioridades em relação a ao empreendimento 'faraônico'. que já dura cinco anos e deve consumir R$ 247 milhões.
Conforme a assessoria de imprensa do governo, Reinaldo Azambuja (PSDB) destacou que, em um eventual 'aperto financeiro' é que deixaria de lado o aquário.
O término do Centro de Estudos e Pesquisas da Ictiofauna Pantaneira, nome original do Aquário do Pantanal, orçado inicialmente em R$ 84 milhões em 2011, está nas mãos da Egelte Engenharia. Segundo o governo faltam R$ 47 milhões para a conclusão. "Não há previsão para concluir o aquário, mas será dentro da gestão do governador Reinaldo Azambuja'', informou a assessoria.
Ainda conforme o governo, o Aquário do Pantanal está dentro do programa Obra Inacabada Zero, e esta seria a única construção herdada do governo anterior que não foi concluída. "Foram 200 obras terminadas desde de que o novo governo assumiu", lembrou a equipe de comunicação.
Polêmica
A obra do Aquário do Pantanal coleciona polêmicas desde que a Proteco Engenharia foi denunciada na Operação Lama Asfáltica, do Ministério Público Federal e outros órgãos federais, em julho de 2015. A empresa vencedora da licitação foi a Egelte, mas em 2014, a Proteco, do empresário João Amorim foi incluída em subempreita para acelerar a construção e, principalmente, receber mais dinheiro.
(panorama em julho de 2015 antes de ser retomada em abril/16 - Foto: Geovanni Gomes)
Segundo a Polícia Federal, a Proteco organizou esquema em conluio com secretarias do Estado para coparticipar da construção. O ex-deputado federal e secretário de Obras Edson Giroto, afilhado político de André Puccinelli também foi denunciado à Justiça por participar do superfaturamento do aquário.
A Proteco tinha dois contratos no local. Um de R$ 123 milhões da obra como subcontratada da Egelte e R$ 2 milhões para estacionamento e vias de acesso ao local.
Após o esquema ser descoberto pelos órgãos federais, o MPF (Ministério Público Federal) orientou que o governo do Estado rompesse contrato com as empresas, e assim foi feito em julho de 2015. A construção só foi retomada em abril de 2016, quando a Egelte se desvencilhou da Proteco.
À época Reinaldo garantiu seu compromisso com a conclusão do centro. ''Vamos entregá-la [a obra], receber turistas, e espero que haja a velocidade necessária, segurança e qualidade dos serviços, para entregarmos antes do previsto”, ressaltou.
(animação mosra Aquário do Pantanal aberto a visitação - Foto: SkyscraperCity)