Após o Estadão revelar que o ministro da Defesa, Braga Neto deu recado para o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) de “que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável”, o ministro pode ser convocado a dar explicações sobre a falácia do suposto golpe na Casa de Leis.
Isso porque, o deputado federal Fábio Trad (PSD) acaba de protocolar, junto à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, um requerimento de convocação imediata do ministro da Defesa, Braga Netto, para que o mesmo preste satisfações ao colegiado após “grave ameaça de golpe”. O documento é com base no artigo 50 da Constituição Federal e nos termos do artigo 219, inciso I, e §§ 1º e 2º do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
Segundo reportagem do Estadão, o general teria ligado para o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmando que não haverá eleição no ano que vem sem o voto impresso.
“Se confirmada a chantagem, urge a demissão imediata do ministro Braga Netto”, advertiu Trad.
Segundo o parlamentar sul-mato-grossense, seria a oportunidade também de Lira provar que não houve “inação” de sua parte.
“É seu dever de ofício adotar providências político-institucionais em defesa dos postulados do estado democrático de direito. Não o fazendo, isto é extremamente preocupante. Porque ciente da intenção de um projeto ameaçador da democracia, e nada fazendo, evidentemente que isso sugere pensar que não agiu de acordo com a magnitude do cargo e seu dever legal.”
Além do deputado Fábio Trad, assina o requerimento também é a deputada Fernanda Melchionna (PSOL/RS).
Negou ameaça
Ao G1, o ministro da Defesa, Braga Netto, negou nesta quinta-feira (22) que tenha feito ameaças contra a realização das eleições de 2022.
Ao longo da manhã, Lira também negou que tenha recebido a ameaça. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, ligou para Lira, ouviu do deputado que não houve ameaça, e escreveu em uma rede social que "as instituições estão funcionando".