O vereador André Salineiro (PSDB) afirmou, nesta quinta-feira (8), após reunião realizada na presidência da Câmara Municipal e com a presença de lideranças indígenas, que foi mal interpretado e que 'errou' ao afirmar para 'descer o cacete' nos índios. No entanto, reafirmou que o Estado deveria sempre fazer o 'uso progressivo da força' em situações que houvesse interrupção de rodovias, que em seu entendimento, poderia ser considerado crime.
"Meu objetivo não foi incitar a violência. Sou contra qualquer ato de violência. Só defendo que o Estado tem que ter meios necessários para conter o crime. O que não foi falado pelo meios de comunicação, foi que estava provocando o Congresso Nacional, para que normatizassem isso [interrupção da rodovia] como tipificação penal. Isso atrapalha a vida de muita gente", explicou.
E afirmou que "protestar é legítimo e viável. Isso é bacana, mas que fosse feito sem interromper. Pedi desculpas pela minha fala, que pode ter sido agressiva e mal interpretada. Pedi desculpas, mas mantive o meu entendimento".
Segundo o parlamentar, na terça-feira (6), teria chegado para ele, que um paciente de câncer teria sido impedido de seguir viagem e perdido o exame por conta do bloqueio ocorrido. "Eles pediram para gente se a Câmara poderia intervir. Depois de mim, o Carlão (PSB) também teria falado sobre o mesmo caso. Sou contra interdição, não foi contra o protesto dos indígenas, mas poderia até ser com os sem-terras".
Indígenas
O cacique da aldeia Corrégo do meio, de Sidrolândia, Genilvado Antônio Campos, disse que aceitou a desculpas do vereador. "Ele pediu perdão. Agora temos um parceiro para nos orientar", comentou.
Sobre o fato do paciente ter perdido o exame, o indígena ainda comentou. "Ele não conseguiu provar e mostrar. Nós queríamos saber se teve algum prejuízo, porque nós iríamos ressarcir", disse.
Governo
A subsecretária par Assuntos Indígenas do Governo do Estado, Silvana de Souza, acompanhou o grupo na reunião com o presidente da Câmara, João Rocha (PSDB), e reforçou que os indígenas são respeitados pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
"Ele ouve os caciques. O governo veio aqui para ouvir a retratação. O governo é contrário a essa fala. Ele [o veredor] disse que errou. Nós temos o direito a saúde e o direito a manifestação, e disso ficou o perdão. Mas o sábio inteligente perdoa, mas não esquece".
Silvana ainda disse que ficou assustada com o tamanho do preconceito no Estado contra os povos indígenas. "Vimos o tamanho do preconceito no Estado. Que pessoas dando apoio a ele, ampliando a discriminação", finaliza.