O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) é o chefe da CRE (Comissão de Relações Exteriores), colegiado integrado por 18 senadores que vai examinar o desejo de Jair Bolsonaro (PSL) de tornar o filho, Eduardo, embaixador nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (12), o MPF (Ministério Público Federal), informou pela assessoria, em Brasília, que ingressou com ação civil pública na Justiça Federal, pedindo para barrar a indicação. Até a publicação deste material, a corte ainda não havia se pronunciado.
Embora declaradamente aliado do presidente, ele garantiu que agirá com imparcialidade no processo de aprovação, ou não, da nomeação de um dos herdeiros do presidente, que é deputado federal, para comandar um dos mais cobiçados cargos fora do país.
“Como presidente [da CRE] não posso me manifestar. Seria o mesmo que, numa disputa entre Palmeiras e o Corinthians, um torcedor de um dos times apitasse o jogo. Não seria de bom grado. Prefiro ficar na neutralidade”, afirmou o parlamentar.
Ao menos até sexta-feira (9), Bolsonaro não havia mandado para o Senado o pedido para o filho assumir a embaixada em Washington.
Nelsinho disse que restava o governo dos EUA dar o aval ao nome de Eduardo. Isso já aconteceu.
Rito
Nesta semana, o presidente deve cumprir a norma. Na CRE, os senadores debatem a legalidade do pedido e Bolsonaro e, numa votação secreta, definem a questão.
Superado esse processo, o propósito de Bolsonaro segue para o plenário do Senado, onde o pleito também é definido em votação secreta.
No Senado, ao menos em diálogos reservados, não é certa a garantia da escolha do novo do embaixador. Nelsinho Trad, num cálculo presumido, disse que até agora vê "um empate" entre os senadores que compõem a CRE.
Assim que manifestada a vontade de ver o filho embaixador, em julho, a senadora Simone Tebet (MDB) palpitou que o presidente teria "errado" e Eduardo Bolsonaro poderia não se dar bem na sabatina a que tem de se submeter no Senado.