Parecer da Advocacia Geral da União, a AGU, em fase de finalização, dá aval para que as atividades da primeira-dama da República, Janja da Silva, sejam custeadas pelo Estado. O órgão avalia que a atuação dos cônjuges de presidentes têm interesse público.
A decisão, antecipada pelo Jornal O Globo, vem após diversos questionamentos de opositores de Lula sobre a função da esposa do presidente. Os críticos destacam que ela tem funcionários, gabinete na Presidência, mas não tem obrigação de divulgar suas agendas nem os gastos que promove.
A primeira-dama é vista com frequência em eventos artísticos, como rodas de samba, rodas de terrreiro, promovidos por apoiadores do PT ou do governo, o que lhe rendeu o apelido de ''Esbanja''.
Opositores reclamam das viagens feitas por ela, sendo Paris, Roma e mais recentemente Tókio, no Japão. Tudo sem qualquer transparência e divulgação dos gastos, que não seriam bancados por ela nem por terceiros.
Segundo a TV Cultura, em dezembro de 2024 foi descoberto que a equipe ''informal'' de Janja gastou R$ 1,2 milhão com viagens desde 2023. O time dela, que seria de 12 pessoas, teria custo mensal de R$ 160 mil em salários.
Blindagem
O parecer que deve blindar Janja e o governo Lula 3 de responderem processos ou outros questionamentos vem da AGU, comandada por um ex-assessor de Dilma Rousseff e notório apoiador do PT, Jorge Messias. O nome dele ficou famoso quando da interceptação telefônica entre a então presidente Dilma e Lula, na Operação Lava Jato. Os dois combinavam que Messias é que entregaria a ele o termo de posse que iria blindá-lo de uma prisão.
A AGU deve finalizar o parecer que vai instruir a construção de um regramento sobre primeiras-damas e primeiros-cavalheiros. A decisão se aplicará a Janja da Silva e os futuros cônjuges dos chefes do Poder Executivo Federal.