A indígena Estela Vera, de 67 anos, assassinada com vários tiros na tarde de quinta-feira (15) em uma aldeia no município de Japorã, era uma importante líder espiritual. O feminicídio causou revolta na Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani, que repudiou a morte.
Conforme a nota da assembleia, Estela era rezadora e morreu no quintal de sua casa. Ela estaria recebendo ameaças de morte por fazer denúncias contra arrendatários das terras indígenas Yvi Katu.
"Os assassinos utilizaram armas de fogos de calibre grosso, atacaram e dispararam vários tiros em direção às vidas das crianças e rezadora Estela. A liderança espiritual Estela foi alvo principal dos assassinos, e vários tiros acertaram a cabeça da rezadora e morreu no pátio da casa dela no meio das crianças", diz trecho da nota.
De acordo com a Polícia Civil, a vítima estava na companhia do filho, quando os suspeitos surgiram de um matagal. O suspeito seria Candido da Silva Cavalheiro, que estaria acompanhado do irmão.
Os dois saíram armados e encapuzados de dentro da mata. O filho da vítima saiu correndo. Estela também correu e foi atingida por diversos disparos.
Os suspeitos deixaram o local. Estela foi morta com disparos feitos de uma arma calibre .36. A Polícia Militar foi acionada, mas não localizou os suspeitos.
"Mais uma vez retornamos a fazer denúncias de arrendamento ilegal de terra indígena no território Yvy Katu onde ocorreu assassinato de Estela Vera. Pedimos JUSTIÇA e investigação federal séria do assassinato ocorrido. JUSTIÇA!", finaliza a nota.